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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Porto Alegre – Mesmo com chuva, um público estimado de 40 mil fiéis acompanhou na tarde de ontem em Frederico Westphalen, município de 28 mil habitantes na Região do Alto Uruguai, a 480 km de Porto Alegre, a cerimônia de beatificação do padre espanhol Manoel Gómez González e do coroinha Adílio Daronch. Eles foram assassinados a tiros em 21 de maio de 1924, próximo à cidade de Três Passos, na mesma região.

A cerimônia, celebrada pelo enviado especial do Vaticano, o cardeal português José Saraiva Martins, dá ao Rio Grande do Sul o primeiro beato e único coroinha brasileiro a ser beatificado. Realizada no Parque de Eventos Monsenhor Vítor Batistella, na entrada da cidade, o ato de beatificação teve presença de descendentes espanhóis do padre González e de duas irmãs ainda vivas de Adílio Daronch: Zulmira, de 94 anos, e Anita, de 89 anos. Elas portavam o relicário feito em Roma com restos mortais dos beatos, durante o canto de Aleluia: "É uma bênção estarmos vivas para podermos participar da beatificação de nosso irmão", resumiu, emocionada, Anita.

Antes da missa, o fato que gerou a beatificação foi encenado por atores. O padre González era o pároco de Nonoai. Aos 15 anos, Adílio Daronch era o coroinha. Na época, a disputa política no Rio Grande do Sul motivava crimes violentos. Padre Manuel fez o enterro de um grupo que havia sido assassinado. Os responsáveis pelo crime ficaram descontentes e passaram a perseguir o religioso. Na páscoa de 1924, mesmo estando jurado de morte, o padre Manuel deixou a Igreja para uma viagem de evangelização. Com ele, estava o jovem Adílio. González e Daronch percorreram, a cavalo, cerca de 300 km com sermões pedindo o fim da violência entre chimangos e maragatos, as duas forças políticas do estado.

Logo depois de rezar uma missa, bandidos atacaram os viajantes. Segundo relatos da época eles foram amarrados a uma árvore, torturados e mortos a tiros. A árvore em que foram amarrados virou relíquia no santuário, onde os dois estão enterrados. Milhares de peregrinos visitam, todos os anos, a cidade de Nonoai, onde foi construído um santuário. Para os fiéis, a água da fonte ao lado da igreja, também ganha poderes milagrosos.

Santa Catarina

O cardeal português também celebrou, no sábado, a beatificação da menina catarinense Albertina Berkenbrock, em Tubarão (SC). Morta de forma trágica na comunidade rural de São Luiz, no interior de Santa Catarina, em 1931, aos 12 anos, a menina ganhou fama de milagreira. Cerca de 10 mil pessoas acompanharam a cerimônia na praça da catedral de Tubarão, no sul de Santa Catarina. O cardeal, representante do Vaticano, leu a carta apostólica que confirmou a beatificação de Albertina.

A menina, nascida em 1919, morreu depois de resistir a uma tentativa de estupro. Ela foi considerada mártir por morrer defendendo a castidade. Para Albertina ser santificada, terá de ser provado um milagre de sua autoria.

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