| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Site reúne informações a interessados

Se você deseja ser voluntário e ainda não sabe onde, pode acessar o site do Centro de Ação Voluntária (www.acaovoluntaria.org.br/index.php), preencher o cadastro e acessar os Classificados Sociais, que listam as instituições e as atividades que precisam de voluntários. Depois de participar de uma palestra, a pessoa é encaminhada para a entidade de sua preferência.

Para ser um voluntário na Apacn também é preciso se cadastrar no site (apacn.com.br/page/cadastro-de-voluntarios-1) e passar pela palestra de preparação.É possível ainda ser voluntário das Nações Unidas. Os interessados podem se cadastrar no site www.unv.org. Neste caso é preciso ter no mínimo 25 anos e experiência compatível com o trabalho. Nível superior, especialização ou mestrado são exigidos de acordo com as tarefas.

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Por amor ou pela dor

Tânia Mara Cardozo, da Apacn, conta que existem duas situações que levam um indivíduo a se tornar voluntário: por amor a uma causa ou pela dor de ter perdido um familiar ou passado por uma situação difícil. A própria instituição que Tânia ajuda a administrar, voluntariamente, é um exemplo dessa constatação: a Apacn foi fundada, há 25 anos, por um grupo de pessoas que conviveram de perto com a neoplasia infantil e perceberam a necessidade de abrigar essas crianças e seus familiares durante o período de tratamento.

Entre os fundadores está Clarice Izzoppe Paolelli (foto), 86 anos, que viu o neto sofrer com a doença quando ele tinha só 3 anos. Já se passaram 29 anos desde que o menino se curou, mas a dedicação de Clarice continua presente. "Se tenho idade para fazer tudo em casa, por que não posso trabalhar aqui também?", questiona ela, que é uma das responsáveis por fazer os produtos vendidos na lojinha da instituição.

Autoconhecimento

As perguntas a seguir foram elaboradas pelo CAV e pelo Instituto Voluntários em Ação e poderão ajudá-lo a identificar o seu perfil de voluntariado:

- Quais são as necessidades, questionamentos e problemas da sociedade em que vive?

- O que o mundo e a sua comunidade precisam?

- Quais são suas qualidades e habilidades?

- Quais são os problemas da sua comunidade que você pode ajudar a superar usando essas qualidades?

- Qual é o seu ideal de mundo?

- Qual é a sua causa?

- Por que você tem vontade de ser voluntário?

- Como gosta de trabalhar: sozinho, em equipe, liderando pessoas?

- Com quais públicos ou áreas você quer trabalhar?

- Qual é a sua disponibilidade de tempo?

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Na última terça-feira (28 de agosto) comemorou-se a existência de psicólogos, médicos, palhaços, costureiras, contadores de histórias, professores, administradores, pedreiros e outros profissionais que dedicam uma parte do seu tempo para fazer um trabalho que não é remunerado, mas que se converte em inúmeros benefícios para quem recebe – e para quem faz. O Dia Nacional do Voluntariado, instituído por lei federal em 1985, busca celebrar a existência dessas ações solidárias e estimular outras pessoas a se juntarem aos 25% de brasileiros que hoje desenvolvem atividades voluntárias. Para incentivar a participação de mais cidadãos nesse tipo de iniciativa e auxiliar quem se interesse pela área, preparamos um guia com as informações necessárias para quem quer dedicar seu tempo a ajudar outras pessoas.

Tempo

Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo instituto Ibope Inteligência em novembro do ano passado em todas as regiões do Brasil, 67% dos voluntários têm um emprego remunerado, e 51% trabalham em tempo integral. Para Thiago Baise, analista de projetos do Centro de Ação Voluntária (CAV), apesar de as instituições precisarem do tempo das pessoas, o principal requisito para ser voluntário é querer. "Tem de ter vontade de ir atrás da instituição. Quando a pessoa quer mesmo, ela encontra um espaço na agenda", afirma.

Áreas de atuação

Tânia Mara Cardozo, diretora administrativa e de voluntariado da Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia (Apacn), afirma que uma das características desse tipo de trabalho é a diversidade de opções de atuação e a flexibilidade. "As pessoas podem escolher fazer o que gostam, pelo período que desejarem e onde quiserem." Um voluntário pode atuar na área de assistência social, cultura e artes, defesa dos direitos humanos, educação, saúde. Além de encontrar vagas em organizações não governamentais (ONGs) e instituições sociais, os voluntários têm espaço em associações de moradores, programas organizados por empresas e ações isoladas de grupos de amigos, que se unem, por exemplo, para promover o plantio de árvores em parques ou prestar assistência a comunidades carentes.

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Capacitação

Cada vez mais comuns nas instituições sociais, as palestras feitas logo após o cadastro do voluntário e antes do início da atividade solidária servem para explicar o contexto do voluntariado no Brasil, qual é a legislação que rege a prática no país, como funciona a entidade que oferece o serviço e quais são as ações a serem desenvolvidas. Além disso, elas fazem com que o voluntário reflita sobre sua iniciativa. "É importante haver essa reflexão, porque só com o impulso inicial às vezes não é possível enxergar as necessidades do outro", explica Thiago Baise, do CAV. Segundo ele, é essa preparação que garante a permanência da pessoa por mais tempo no voluntariado.

Benefícios

"O voluntário não espera por isso, mas ele vê a recompensa nas manifestações de carinho das pessoas e no seu desenvolvimento como ser humano", afirma Tânia Cardozo. Ela acrescenta que, ao doar o seu tempo e esforço por uma causa nobre, a pessoa percebe que os seus problemas são pequenos diante das dificuldades pelas quais o outro passa. Thiago Baise revela ainda que o voluntariado se converte em uma oportunidade de melhorar a autoestima. "As instituições nascem com o intuito de ajudar outras pessoas, entretanto, o voluntário pode botar para fora algo de bom que você tem. É uma via de mão dupla", diz.

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