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Chávez: impacto eleitoral | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Chávez: impacto eleitoral| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Brasil

100% dos médicos já atuaram em missões internacionais

Todos os médicos cubanos que chegaram ao país por convênio para atuar em locais sem inscritos no Mais Médicos já trabalharam em missões internacionais, de acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Ministério da Saúde. Eles cumpriram missões em Haiti, Bolívia e Venezuela, entre outros – e 42% já estiveram em pelo menos duas missões. A maioria deles (89%) tem mais de 35 anos. Oitenta e quatro por cento dos médicos têm pelo menos 16 anos de experiência na carreira. Ainda de acordo com os dados da Opas, todos são especializados em Medicina Familiar e Comunitária, sendo que 20% têm mestrado e 28% têm outros cursos de pós-graduação.

Sob a gestão de Hugo Chávez, há dez anos, a Venezuela importou cerca de 20 mil médicos cubanos para atuar em regiões pobres, como parte das missões bolivarianas (programas sociais chavistas). Analistas locais afirmam que essas missões explicam, em grande medida, as vitórias eleitorais esmagadoras de Chávez em 2004 e 2006. No entanto, na visão de especialistas venezuelanos, o êxito político não se traduziu em melhorias estruturais no sistema de saúde.

Atualmente, de acordo com o governo venezuelano, o programa conta com mais de seis mil consultórios médicos, três mil odontológicos e 559 centros de diagnóstico integral, os modernos CDI. O Palácio Miraflores afirma que as críticas fazem parte de um "plano da oligarquia para acabar com tudo o que foi feito por Chávez".

Segundo o presidente da Federação Venezuelana de Medicina, Douglas Léon Natera, dos seis mil módulos de assistência médica construídos pelos cubanos, somente 20% seguem em funcionamento.

No documento "A grande fraude no Sistema de Saúde durante o regime chavista", José Félix Oletta López, ex-ministro da Saúde e atual professor da Escola de Medicina Vargas e da Universidade Central da Venezuela (UCV), afirma que a vinda dos cubanos não melhorou os indicadores de saúde. "Não houve mecanismo de auditoria independente e transparente para avaliar os resultados desse programa. Em 2009, o próprio Chávez admitiu que 50% dos consultórios populares não estavam funcionando direito. A meta era ter 17 milhões de venezuelanos atendidos, mas não se chegou nem à metade", diz López.

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