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Firmino Santos e a esposa Angélica com o filho Pablo, no colo: de Ipanema... | Fotos: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Firmino Santos e a esposa Angélica com o filho Pablo, no colo: de Ipanema...| Foto: Fotos: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Guaratuba

Hospital está previsto para este mês

Em Guaratuba, a única unidade de pronto-atendimento 24 horas do município conta com apenas dois médicos para fazer o atendimento durante o ano. Na temporada, eles devem receber o reforço de mais um médico. Conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde, a previsão é que no fim deste mês seja inaugurado o Hospital Municipal de Guaratuba, com capacidade para 50 leitos. O hospital vai ocupar o lugar da Santa Casa de Misericórdia, fechada desde julho .

Também deve entrar em funcionamento na próxima temporada o Samu Litoral, que vai reforçar o atendimento de urgência e emergência nos sete municípios litorâneos durante todo o ano e nos períodos de maior movimento, como feriados e verão, diz o coordenador das Ações de Saúde da Operação Verão, Vinícius Filipak. "A central telefônica será em Paranaguá, mas cada município terá à sua disposição uma ambulância do Samu", explica. Além disso, uma central de atendimento e recuperação de afogados será montada em Matinhos e deve evitar a superlotação nos hospitais e pronto-atendimentos durante o verão, diz Filipak.

  • ... à Praia de Leste, eles buscaram atendimento , mas não conseguiram

Durante a temporada de verão, a população flutuante do Litoral do Paraná ultrapassa 1,3 milhão de pessoas nas sete cidades da região. O número, cinco vezes maior do que o de habitantes, aumenta consideravelmente a demanda por serviços de urgência e emergência nos pronto-atendimentos regionais. Entretanto, moradores dos balneários afirmam que é nessa época que esse tipo de atendimento é mais eficiente.Isso porque, junto com milhares de turistas, também descem a serra equipes de profissionais de saúde que integram a Operação Verão, do governo do estado, cujo objetivo é ajudar os municípios a suprirem sua demanda temporária. Para os moradores de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná, cidades que recebem boa parte dos veranistas, a maior oferta de médicos nesse período beneficia – e muito – a população local.

Há 40 anos em Matinhos, uma moradora que não quis se identificar disse que o atendimento de urgência e emergência no Hospital Municipal Nossa Senhora dos Navegantes melhora na temporada. "Meu marido sofre de crises renais e, em abril deste ano teve de ser levado para Paranaguá, pois não havia agulhas e soro para ministrar o medicamento que alivia as dores", diz.

A situação é semelhante no único pronto-atendimento de Pontal do Paraná. "Diferen­­temente do resto do ano, quando é preciso ligar no pronto-atendimento (P.A.) para descobrir em quais dias da semana podemos ficar doentes, durante a temporada sempre tem médico no P.A.", ironiza a dona de casa Maria de Fátima Oliveira de Andrade. "Nos outros meses é comum fazer consultas e exames com um médico e, no retorno, mostrá-los a outro profissional", diz, referindo-se à grande rotatividade de profissionais no P.A. e nas unidades básicas de saúde do município.

O melhor exemplo da falta de estrutura para atender a casos de urgência e emergência ocorreu com o vice-prefeito de Matinhos, Gentil Rodrigues Arzão (PSL). No começo de outubro ele sofreu um acidente de carro nas proximidades do município, mas não pode ser socorrido por médicos da cidade devido à falta de ambulância, segundo relatos de alguns moradores. "Se não havia ambulância na cidade para atender o vice-prefeito, imagina como fica a população", disseram.

Demanda reprimida

A falta de estrutura dos municípios nas áreas de urgência e emergência acaba gerando a superlotação do pronto-atendimento do Hospital Regional do Litoral (HRL), em Paranaguá. Segundo o diretor-geral do HRL, José Eduar­do Farah, o hospital, que foi construído para receber casos de mé­­dia e alta complexidade, concentra hoje toda a demanda da região por atendimentos ambulatoriais. "Além de médicos, os hospitais e pronto-atendimentos dos municípios vizinhos precisam oferecer remédios e exames, para terem um atendimento eficaz", diz.

Para a secretária de Saúde de Matinhos, Renata Cezar do Amaral, o desafio para manter um bom atendimento à população fora da temporada é "fixar os médicos no Litoral com boas condições de trabalho e um salário compatível com as exigências da profissão."

Faltam plantonistas em Pontal do Paraná

A falta de médicos plantonistas no pronto-atendimento 24 horas de Pontal do Paraná tem obrigado pacientes a voltar para casa sem atendimento em alguns dias da semana. No dia 13 de outubro, uma quinta-feira, a Gazeta do Povo acompanhou a peregrinação do casal Firmino Santos, 36 anos, e Angélica Soares de Lima, 22 anos, em busca de atendimento para o filho Pablo Pedro de Lima Santos, 11 meses, que apresentava febre e tosse. Debaixo de chuva forte, Angélica, que está grávida de seis meses, o marido e os dois filhos foram do balneário de Ipanema, onde moram, até o pronto-atendimento 24 horas, na Praia de Leste.

Na falta de médico plantonista para examinar a criança, o casal foi orientado a procurar a unidade de saúde da família (USF) de Ipanema. Uma funcionária do pronto-atendimento confirmou a falta de médico plantonista nas quintas-feiras, durante o dia e à noite. Segundo ela, até o começo de outubro faltavam médicos nas quintas e sextas-feiras durante o dia, mas houve o remanejamento do profissional da quinta à noite para sexta, dia de maior movimento.

Já na USF de Ipanema, a busca por atendimento médico para o filho terminou sem sucesso. "Ha­­via a possibilidade de encaminhá-lo para a unidade de Shangri-lá, mas o pediatra já encerrou as consultas e deixou o local", afirmou a técnica de enfermagem Ro­­seane Rosa Borges. Uma profissional da USF de Ipanema constatou a temperatura elevada da criança, mas, sem alternativas, já que o médico da unidade também já havia encerrado os atendimentos, orientou a mãe a voltar no dia seguinte.

A justificativa da secretária de Saúde de Pontal do Paraná, Flora Eugênia Abrahão, é que, apesar de a remuneração ser considerada boa, existe uma grande dificuldade para contratar e manter esses profissionais no município.

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