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A Baía de Guaratuba está entre os locais preferidos para a pesca esportiva no Litoral paranaense | Marco Andre Lima/Gazeta do Povo
A Baía de Guaratuba está entre os locais preferidos para a pesca esportiva no Litoral paranaense| Foto: Marco Andre Lima/Gazeta do Povo

Fama do padre pescador atrai paroquianos

A batina fica de lado nas horas vagas do padre Francisco Carlos Ferreira da Costa, 51 anos, da paróquia São João Batista, em Para­­naguá. Desde 1990, durante a folga, ele troca a missa pela vara de pescar, linha e iscas. Há três anos ele pesca na Baía de Gua­­ratuba, perto da Prainha. Tantos anos no local renderam a amizade com o representante comercial Carmo Nardelli, 60 anos, pescador há 40. "Desde então não teve uma semana em que ele tenha faltado à pesca", garante Nardelli.

Além do equipamento de pesca, o padre se prepara de uma forma especial para as horas a beira-mar: veste-se com a camisa de São Cristóvão e Santo Cura D’Ars, padroeiro dos padres. "Além de um pouco de água benta e sorte para pegar peixes", brinca.

A fama do padre já atraiu vários paroquianos, que pedem para acompanhá-lo na pescaria. "É difícil ir com os fiéis. Os horários deles nunca coincidem com os meus", comenta. Apesar das dificuldades, ele pescou du­­rante nove anos na Ilha de Va­­ladares, Paranaguá, com pescadores que frequentavam a paróquia.

Torneio dos melhores na pescaria

A primeira edição do Torneio de Verão Loba do Mar, ocorrida neste sábado na praia de Guaratuba, reuniu 140 pescadores em três categorias: pesca com isca natural, com isca artificial e pesca costeira oceânica. No total, 62 embarcações partiram do Porto Beach Fun, por volta das 8 horas. Segundo a organização do evento, o tempo bom – com sol e calor –, e a grande quantidade de peixes animaram os pescadores, que iscaram principalmente robalos. Até o fechamento desta edição ainda não tinham sido anunciados os vencedores do torneio.

Legislação

É preciso ficar atento às regras

A Superintendência do Ministério da Pesca e Aquicultura no Paraná recomenda que os praticantes de pesca amadora e esportiva acompanhem pelo site da instituição os períodos em que é permitida a pesca das espécies de peixe do Litoral do Paraná, em quais locais há possibilidade da prática e a quantidade de peixes que pode ser capturada. O órgão também informa que, por lei, a pesca amadora e esportiva exige do praticante um cadastro no ministério, que pode ser feito por meio da página da instituição na internet. Com o cadastro, o pescador recebe uma licença anual e uma carteirinha. Apenas homens e mulheres acima de 65 anos não precisam da licença para a prática da pesca.

  • Torneio dos melhores na pescaria
  • Francisco Ferreira não perde a pescaria

Eles se reúnem no barco na beira do mar. Carregam equipamentos, cerveja e histórias para contar durante as horas de lazer. Eles são os pescadores da temporada de verão do Paraná. En­­quanto a maioria dos turistas procura as praias para se divertir, os lobos do mar paranaense preferem esperar a hora certa para que um peixe morda a isca e, então, fazer a festa com a captura.

A pesca amadora e esportiva no Litoral não requer idade ou experiência: apenas interesse em querer se divertir, fazer amizades e, quem sabe, pegar um peixe. O dentista André Assef, 39 anos, se aventura na prática desde os 7 anos, quando pescava com o tio nos rios da Região Metropolitana de Curitiba. Quando passa as férias no Litoral do Paraná, ele acorda antes do sol nascer e vai à Baía de Guara­­tuba para a pescaria esportiva a bordo de seu barco, o "Maria Eugênia", nome da esposa.

Ela o acompanha para algumas horas sobre as águas, mas nem sempre tem o mesmo empenho na prática. O dentista garante que não há discussão sobre lazer no litoral enquanto ele passa horas no barco. "Cada um sabe de seus gostos. A minha esposa respeita, ainda mais porque ela casou sabendo que eu gosto de pescar", brinca.

Homens e mulheres

O sexo feminino também invade as águas do Litoral do Paraná durante a temporada, muitas vezes por incentivo dos maridos. Foi o caso da aposentada Neiva Bueno da Silva, 52 anos, de Curitiba. Em quatro anos de prática, ela diz que ainda não aprendeu realmente a pescar. "Apre­­ndo com o tempo, mas a gente se diverte com a pescaria, principalmente quando o peixe pula na isca", conta ela, que é a única mulher na família que prefere a pesca no lugar da praia na temporada.

A comerciante Elze Uda, 61 anos, há dez anos não queria saber da prática, mas hoje já tem histórias para contar. "Eu ficava com meu marido enquanto ele pescava, mas achava cansativo. Até que resolvi começar e logo no início peguei um robalo de 2 quilos e outro de 2,5 quilos", conta, orgulhosa.

Pescaria noturna

Peixe-espada é melhor pegar à noite, dizem os pescadores de temporada. Por isso, muitos se reúnem no local de chegada e saída das balsas do ferryboat, em Guaratuba, para passar a madrugada em busca da espécie. "É um peixe sem vergonha que escolhe lugar que tem barulho pra enganar quem pesca", aconselha o aposentado Rui Ferreira Filho, 60 anos, de Pontal do Paraná.

Ele também recomenda aos pescadores da temporada a melhor forma de pegar o peixe- espada, além do local certo: é necessário uma boia luminosa, o starlight (equipamento também luminoso que fica junto à boia) e um anzol do tipo garateia.

Em seu segundo ano na pesca pelo Litoral do estado, o operário de Curitiba Fabrício Dutra, 28 anos, se reúne no local com os amigos de Paranaguá. Em dez dias de lazer, pelo menos sete são reservados para as madrugadas de espera pelo peixe-espada. "O bom é aprender com os pescadores mais experientes", diz.

Mesmo com poucos anos na área, ele já passou por situações divertidas enquanto pescava. "Em uma pescaria no Rio São João (Guaratuba), estavamos eu e mais cinco caras dentro de um barco e todos caíram na água porque um deles ficou em pé para fazer xixi e inclinou o barco." Apesar do acidente, ninguém se feriu, conta Dutra. "Foi só risada."

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