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Tira-dúvidas

Existem alguns mitos relacionados com a saúde ocular e o verão. Veja alguns deles e saiba como se proteger:

Lentes de contato – Não é proibido ir à praia com elas, mas é melhor evitar. Troque-as por óculos de sol com grau. Quem não puder trocar deve usá-las juntamente com os óculos. Assim que chegar em casa, tire e lave com produtos específicos. Em caso de contaminação, deixe no produto por quatro horas para desinfecção.

Limpeza – Água boricada não é indicada para a limpeza dos olhos. A acidez do líquido é diferente da acidez ocular e causa ardência. Prefira soro fisiológico, que tem um pH próximo da lágrima.

Olho seco – O sol faz com que os olhos fiquem mais secos? Não. A falta de lubrificação geralmente é associada a ambientes com ar-condicionado e é mais frequente em usuários de lentes de contato.

Colírios demais – Não use sem prescrição médica. Muitos colírios são vasoconstritores. O uso indiscriminado, por um longo período, pode levar a problemas oculares. Se for usar, compre os colírios apenas lubrificantes.

Fontes: Luciane Moreira e Tatiana Flores Ferreira, médicas oftalmologistas.

Ninguém leva óculos de sol para as férias com a intenção de esconder inchaços ou irritações nos olhos. Mas é justamente nessa época do ano que os riscos aumentam e os cuidados com a saúde ocular devem ser redobrados. "As pessoas ficam mais expostas a ambientes contaminados, mais próximas umas das outras e têm um maior contato das mãos com os olhos, ações que facilitam a contaminação e o contágio", explica Tatiana Flores Ferreira, médica oftalmologista do Hospital Nossa Senhora das Graças.

O resultado disso são os surtos de conjuntivite, comuns no verão. "As emergências ficam cheias", lembra Luciane Moreira, médica oftalmologista responsável pela unidade de lentes de contato do Hospital de Olhos do Paraná. Os sintomas gerais, segundo Tatiana, são ardência, coceira, pálpebras inchadas, olhos lacrimejando e sensibilidade à luz. As infecciosas apresentam secreção, que pode ser mais amarelada se causada por bactérias e mais transparente se for viral.

Para evitar o contágio das formas infecciosas, não devem ser compartilhados colírios, toalhas e maquiagens, e é recomendável ficar longe de quem está contaminado. "Como nem sempre sabemos quem tem o problema, é importante lavar as mãos com frequência, com sabonete normal, e não coçar os olhos", diz Luciane. Quem tem muita coceira deve ir ao oftalmologista.

A água do mar ou da piscina também transmite a doença. Nesse caso, o indicado é nadar com óculos de mergulho. Além do risco de conjuntivite, a água salgada, a areia e o vento são agentes agressores. "A água do mar desidrata os olhos e causa vermelhidão. A areia está contaminada e, além de infecções, se não for retirada pode causar lesões de córnea", acrescenta. A recomendação é usar soro fisiológico tanto para a limpeza quanto para a lubrificação. Em uma emergência, lave com água mineral.

Indispensáveis

Não é só quem não tem colírio que deve usar óculos escuros. Eles devem ser usados por qualquer pessoa que fica exposta ao sol, principalmente se estiver na praia. "Desde as crianças até os adultos. Os efeitos da exposição aos raios ultravioletas são cumulativos, vem com o tempo", diz Tatiana. Décadas de exposição aos raios UV causam doenças como a catarata e a degeneração macular, essa última podendo levar a cegueira. O sol também pode ocasionar queimaduras nas pálpebras e fotoconjuntivite.

Bons óculos de sol com proteção UV evitam queimaduras e o envelhecimento das estruturas oculares. "Não há uma regulamentação, uma forma de saber se as lentes realmente protegem. O ideal é comprar o produto em lojas especializadas", diz Eric Gozlan, ótico proprietário da Eric Gozlan Lunettes. Ele alerta que lentes escuras não são sinônimo de proteção, pelo contrário. "Essas lentes fazem com que a pupila dilate e que os raios UV entrem em maior quantidade. Se não houver filtro, o prejuízo vai ser maior ainda", acrescenta Gozlan. Outras cores de lentes, como rosa, laranja ou amarelo, devem ser evitadas. "São para atividades específicas, nem sempre têm proteção". Além do óculos de sol, o veranista deve usar bonés, chapéus ou viseiras, capazes de impedir a entrada de luz por onde as lentes não protegem.

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