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Ciclistas e corredores dividem espaço com carros que burlam a proibição | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Ciclistas e corredores dividem espaço com carros que burlam a proibição| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

Matinhos - Todo fim de semana, até a primeira semana de março, a Avenida Atlântica de Matinhos vira um imenso calçadão e dá lugar a ciclistas, patinadores e pedestres, que aproveitam o espaço para se exercitarem e passearem tranquilamente. A rua que, que desde o começo do ano está sendo fechada para veículos motorizados aos sábados e domingos, é mais uma opção de lazer para os veranistas.

Ontem, o tempo bom contribuiu para que o espaço ficasse ainda mais lotado e colorido. "Quem corre tem de ter espaço. Lugar de carro é na garagem", afirma o médico curitibano Sérgio Todeschi, de 57 anos. "Tudo o que estimule o esporte é bom. Falta apenas determinar o que é pista de ciclista e de pedestre", diz, sem parar de correr, a também médica curitibana Maria Elvira S. Jorge, 52.

Entre os mais satisfeitos estava a vendedora Ana Cláudia Kovalski, de 17 anos. "Isto aqui parecia uma revenda de carro, um desfile de automóveis. Era demorado para atravessar a rua", reclama, de cima da sua bicicleta. Já o policial civil Teófilo Guimarães, 53, defende a interdição diária da via durante a temporada, "pelo menos nos horários mais movimentados, entre 18 e 23 horas".

Os pais também aprovaram o fechamento da rua para os veículos, que permitiu um passeio mais seguro com os filhos. "Para andar de bicicleta com criança é mais tranquilo. Na ciclovia é complicado, porque mistura com os pedestres e as bicicletas duplas, que correm e não respeitam ninguém", afirma a dona de casa Vanda Ribeiro, de 36 anos, com o filho de 3 anos na garupa.

Apesar dos elogios, a presença quase constante de carros no local proibido era o principal motivo de reclamações. "Qualquer motorista usa uma desculpa para entrar na rua", diz o advogado ciclista Marcelo Munhoz, de 44 anos. "Comecei a caminhar na rua, mas depois de desviar de vários carros me preocupei. Não pode liberar, independentemente do motivo. Além disto, concentra muitos policiais em Caiobá e no resto da rua não tem ninguém, o que deixa livre para os motoristas entrarem por alguma transversal", reclama o professor universitário Borell Du Vernay, que ainda prefere caminhar na rua com carros a ser atropelado por uma bicicleta no calçadão.

Até os donos dos carros, que tiveram que desviar e estacionar pelo menos uma quadra longe do mar, concordavam com o fechamento da beira-mar. "Tinha muita bagunça antes. Não me incomodo de andar uma quadra", afirmou o psicólogo londrinense Alfredo Sallum, de 58 anos.

Mesmo os motoristas que não gostaram de deixar o carro longe não são contra a ação e sim como ela está sendo feita. "Por que alguns carros podem estacionar na beira-mar e outros não? Tinha que já deixar fechado desde a noite. Ou é para ninguém ou para todo mundo", reclamava a estudante curitibana Renata Tavares, de 24 anos.

De acordo com o subcomandante da Operação Viva o Verão, major Douglas Dabul, o problema está na falta de educação dos motoristas. "Falta bom senso. Tem motoristas que chegam na frente dos cones, o que deixa claro que é proibido passar, e mesmo assim ultrapassam. O policiamento não pode ficar voltado só para o isolamento. Entre outras ações, temos que fazer as rondas para garantir a segurança do imóvel do veranista enquanto ele está na praia", justifica.

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