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Orientação do IAP é para que banhistas não entre no mar a uma distância de 100 metros da placa vermelha | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Orientação do IAP é para que banhistas não entre no mar a uma distância de 100 metros da placa vermelha| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Saiba os riscos de se nadar em água contaminada

Os veranistas não devem entrar no mar nos pontos que forem considerados impróprios para banho, segundo a avaliação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Os banhistas que tiverem contato ou ingerirem água contaminada com a bactéria Escherichia coli (E.coli) podem ter gastroenterites, conjuntivite e doenças de pele, alerta o médico infectologista José Luiz de Andrade Neto, consultor do Ministério da Saúde e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

O infectologista afirma que a gastroenterite causa diarreia, vômito, náuseas, entre outros sintomas. Além disso, a pessoa pode ficar desidratada e, dependendo da gravidade, isso pode até levar a morte . "É preciso redobrar a atenção nas áreas de baía. A renovação da água do mar é mais lenta", diz Andrade Neto. Em caso de suspeita de contaminação, deve-se procurar um médico.

Quando os olhos entram em contato com água contaminada, há também o risco de se ter conjuntivite bacteriana. Andrade Neto destaca que isso é muito comum em crianças, pois elas têm o costume de "esfregar" os olhos depois de um mergulho, por isso os pais devem estar atentos ao local em que permitirão que os pequenos se banhem.

As bactérias presentes na água contaminada também podem causar infecções de pele, principalmente se a pessoa tiver cortes e queimaduras do sol. "Quando as pessoas estão queimadas, pode haver a formação de bolhas, as quais quando furam deixam a pele exposta à entrada de bactérias", explica o infectologista.

Saneamento básico

O infectologista salienta que os proprietários de imóveis no Litoral precisam ter consciência de que é necessário fazer a ligação correta de esgoto. Isso porque o depósito de fezes e esgoto no mar é o grande responsável pela existência de bactérias na água e até mesmo de vírus.

Um exemplo é o vírus da Hepatite A. Se uma pessoa que tem a doença despejar os dejetos no mar, outras pessoas poderão ser contaminadas com a doença se ingerirem água contaminada.

Os principais sintomas apresentados pelas pessoas que contraem a Hepatite A são febre, olhos amarelos (icterícia) e dores abdominais. Não deixe de procurar um médico, caso tenha os sintomas da doença (FL).

O número de pontos impróprios para banho subiu de 29 para 33 dos 43 analisados pelo Instituto Ambiental Paraná (IAP) nas praias do Paraná. A informação está no sétimo Boletim de Balneabilidade, divulgado nesta quarta-feira (27). São 10 pontos indicados para banho pelo órgão ambiental, sendo cinco em Guaratuba, quatro em Matinhos e um na Ilha do Mel.

Os quatro novos pontos impróprios para banho ficam no município de Matinhos: um no Balneário de Ipacaray (nas proximidades da Rua Ponta Grossa), dois na Praia Brava de Caiobá (nos arredores da Rua Londrina e da Rua Jacarezinho) e um na Praia Central de Matinhos (próximo ao Mercado de Pescados).

Em Matinhos, os pontos recomendados para banho pelo IAP ficam na Praia Mansa de Caiobá (em frente a Rua Céu Azul), no Balneário Flórida (60 metros à direita da Rua Saudade) e dois no Balneário Riviera (na direção da Rua Paranavaí e da Rua Tamborá).

Já em Guaratuba, os pontos próprios estão localizados na Praia de Caieiras (em frente a rua Frederico Nascimento), o ponto monitorado 100 metros à esquerda do Morro do Cristo, no Balneário de Nereidas (em frente a rua Costa Rica), no Balneário Barra do Saí (próximo à Rua Guairacá) e na Prainha (300 metros a direita do Rio Prainha).

O décimo ponto analisado que está bom para banho fica na Ilha do Mel, na Praia do Farol, em frente à trilha do Trapiche.

Chuvas

A chuva é o principal motivo da piora da qualidade da água do mar nas praias, segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues. Somente esta semana choveu 226 milímetros, sendo que a média do mês de janeiro é de 300 milímetros.

A água da chuva leva mais sujeira para o mar, como fezes de animais, lixo das ruas e dejetos de fossas sépticas que transbordam. Mesmo assim, ressalta Rasca, o número de bactérias na água é menor que no ano passado, que teve menos chuvas.

Mas a situação deve melhorar até o carnaval, afirma o secretário. "As previsões climáticas daqui para frente são muito boas. Deve vir um período de estiagem que vai melhorar a qualidade da água do mar", conta.

O IAP orienta para que o banhista não entre no mar a uma distância de 100 metros de cada lado do ponto que foi considerado impróprio. O restante das referidas praias está liberado para banho. Também não é aconselhável entrar no mar 48 horas depois de ter chovido.

Rios

Assim como no boletim anterior, quatro dos cinco pontos analisados em rios no Litoral do Paraná foram considerados próprios para banho. O único ponto impróprio é a Ponta da Pita, na Baia de Antonina. Apesar de não ser um rio, a Ponta da Pita é enquadrada nessa categoria pelo IAP.

Os pontos liberados para banho são: Rio Marumbi (na Ponte Estrada Anhaia), em Morretes, Rio Nunes, em Antonina, e os dois pontos analisados no Rio Nhundiaquara (em Porto de Cima e nas proximidades do Largo Lamenha Lins).

Método

O procedimento utilizado na avaliação faz comparativo entre as últimas sete amostras coletadas em 43 pontos analisados semanalmente. É considerado impróprio para a recreação o ponto que apresentar resultado superior a duas mil bactérias de Escherichia coli (E. coli) por 100 milímetros, ou quando duas ou mais amostras apresentam índices superiores a 800 E. coli por 100 milímetros.

Os pontos monitorados são aqueles que possuem maior fluxo de pessoas, e o perímetro considerado inadequado corresponde ao trecho 100 metros à esquerda e 100 à direita da bandeira de sinalização. O maior vilão da balneabilidade é o despejo de esgoto sem tratamento em rios e mares. Por isso, reforça o secretário, é fundamental que todos os proprietários de imóveis no Litoral cujo esgoto esteja em situação irregular procurem a Sanepar para ser incluído na rede de coleta e tratamento.

Mais informações em breve.

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