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Ameaçado de extinção, cerca de 5 mil papagaios-de-cara-roxa vivem no Litoral do Paraná | Zig Koch / Natureza Brasileira
Ameaçado de extinção, cerca de 5 mil papagaios-de-cara-roxa vivem no Litoral do Paraná| Foto: Zig Koch / Natureza Brasileira

Fiscalização

Consumo de caranguejo tem regra

A captura, consumo e venda do caranguejo-uçá estão liberados entre 1º de dezembro e 14 de março de 2011, no Litoral do Paraná, desde que sejam seguidas regras para a preservação da espécie.

A primeira delas é de que apenas machos podem ser capturados. A proibição para a retirada de fêmeas dos mangues vale para todo o ano.

Segundo o tenente Ivan Fonseca Pinheiro, relações-públicas da Força Verde da Polícia Militar, para verificar se o caranguejo é macho ou fêmea é preciso observar a parte de baixo do animal, onde há um triângulo no fim do corpo. Se o triângulo for fino, trata-se de macho. Se for avolumado, é fêmea. Os caranguejos também não podem ser capturados em mangues de unidades de conservação de proteção integral.

Outra regra que deve ser seguida diz respeito ao tamanho da carapaça. Machos com menos de 7 centímetros não podem ser retirados dos mangues. Além disso, a captura só pode ser feita manualmente – nunca com o auxílio de instrumentos como ganchos e outros.

A fiscalização é feita pela Força Verde e pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Quem desrespeitar as regras pode ser multado e preso. O valor da multa é de R$ 700 e mais R$ 20 por quilo de crustáceo irregular. Nos casos mais graves, o valor da penalidade administrativa pode chegar a R$ 100 mil. Além disso, o infrator pode ser condenado a pena que vai de um a três anos de detenção.

Nessa temporada, uma pessoa foi autuada no Litoral por retirar caranguejo-uçá do mangue fora dos padrões estabelecidos.

A apreensão foi quinta-feira, em Paranaguá. Um homem estava com 72 unidades irregulares (aproximadamente 8 quilos) e foi multado em R$ 860, além de ter de assinar termo circunstanciado na delegacia. Para fazer denúncias, o telefone da Força Verde é o 0800-643-0304.

Aproximadamente 5 mil exemplares do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) vivem no Litoral do Paraná. Outros 1,7 mil estão no litoral Sul de São Paulo e no extremo norte de Santa Cata­rina. A ave é ameaçada de extinção, principalmente pela ação do tráfico de animais silvestres e pelo desmatamento.

Para orientar os turistas da im­­portância de preservação da espécie, a Sociedade de Pesquisa em Vi­­da Selvagem e Educação Am­­biental (SPVS) – uma organização da sociedade civil de interesse pú­­blico (Oscip) –, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio­­diversidade (ICMBio) – autarquia ligada ao Ministério do Meio Am­­biente –, e voluntários estão orien­­tando turistas e moradores de Guaraqueçaba sobre os cuidados e o comportamento que se de­­ve ter para proteger a espécie. A campanha começou ontem e termina hoje. Mas em janeiro volta a ser feita todos os finais de semana.

De acordo com a bióloga Elenise Sipinski, coordenadora da campanha e membro da SPVS, uma equipe de sete pessoas vai conversar com proprietários de hotéis e pousadas e com turistas nas ilhas de Superagui, das Peças e na região central de Guaraqueçaba. Na ação, serão entregues panfletos com dicas de preservação da ave.

Um dos principais focos da campanha é orientar sobre o respeito ao habitat da ave, especialmente a Ilha dos Pinheiros, no Par­que Nacional do Superagui, principal dormitório da espécie. Não é permitido desembarcar na ilha, por isso as pessoas precisam saber como fazer a aproximação. "Se as aves se assustarem, elas fogem do local, que é o dormitório delas", aler­­ta a bióloga.

A primeira dica é de que a ob­­ser­­vação do papagaio deve ser feita com os barcos a uma distância de pelo menos 100 metros da ilha. Os melhores horários para visualizá-las são ao amanhecer, das 6 às 7 horas, e ao entardecer, das 18 às 19 horas. "Os papagaios não ficam na ilha durante o dia. Eles saem pela ma­­nh㠖 para procurar alimentos e cuidar dos filhotes – e retornam no fim do dia", explica Eleni­se.

É fundamental não fazer barulho. Por isso é preciso desligar os motores das embarcações, abaixar o volume dos rádios, não falar alto e não gritar. Luzes também incomodam as aves, por isso lanternas devem ser desligadas. "O melhor é levar um binóculo para poder observar o papagaio", orienta a coordenadora do projeto de preservação da ave.Tráfico

A população também não deve comprar ou retirar o papagaio de seu habitat natural. Denúncias de comercialização do animal devem ser feitas à Força Verde da Polícia Militar pelo telefone 0800-643-0304. Quem quiser fazer a observação do papagaio pode contratar um guia turístico e, preferencialmente, entrar em contato com a Cooperativa de Ecoturismo de Guaraqueçaba (Cooperguará Ecotur). O site da cooperativa é www.visiteguaraquecaba.com.br.

Serviço: Quem quiser conhecer o trabalho da SPVS e/ou colaborar com a entidade, pode acessar o site www.spvs.org.br ou telefonar para (41) 3339-4638.

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