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Inger Langfeldt, tradutora norueguesa, apresentou o Litoral paranaense ao marido, Sigurdur Gardarsson, e aos três filhos, Trygve, Sigurd e Ingrid. Foi a calmaria, além do desejo de preservar o que foi construído pelo pai, que a manteve ligada a Monções | Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Inger Langfeldt, tradutora norueguesa, apresentou o Litoral paranaense ao marido, Sigurdur Gardarsson, e aos três filhos, Trygve, Sigurd e Ingrid. Foi a calmaria, além do desejo de preservar o que foi construído pelo pai, que a manteve ligada a Monções| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo
  • Herbert e Franziska Glogg. A escolha de Guratuba foi proposital.

Compromisso sagrado a cada verão

Há 46 anos, a tradutora norueguesa Inger Langfeldt tem um destino certo: o Balneário de Monções, em Pontal do Paraná, onde uma casa espaçosa de frente para o mar é o refúgio dela, do marido e dos três filhos. Ali eles passam um verão bem diferente de seu país de origem, onde o sol costuma aparecer apenas entre as 10 e as 14 horas e a temperatura não passa de 25ºC.

A história de amor da família com o Litoral do Paraná se deve ao pai de Inger, Otto Langfeldt, que em 1958 chegou a Paranaguá para trabalhar no porto e nunca mais quis voltar. E a ligação da família ficou tão forte, que Inger, que nasceu em Paranaguá e foi viver na Noruega aos 27 anos, jamais deixou de voltar a Monções nas férias.

Questionada sobre o que fez o pai permanecer no Litoral do Paraná até falecer, em 2003, em Paranaguá, Inger é objetiva. "Foi o clima, já que ele não veio para o país fugido da guerra, como outros imigrantes. Foi o sol o ano inteiro. Além da hospitalidade, porque o brasileiro se interessa muito em integrar o estrangeiro", relata.

Em 1964, o sonho do pai de ter uma casa de frente para o mar fez com que ele comprasse o terreno de um loteamento que surgia, na ainda quase desbravada Pontal. A casa de madeira nas cores preta e vermelha foi a primeira do local. No verão, a família ia de Paranaguá a Monções pela praia, já que não havia estrada. Ficava lá de dezembro a março. No caso da tradutora, que apresentou o Litoral paranaens ao marido, Sigurdur Gardarsson, e aos três filhos, Trygve, Sigurd e Ingrid, foi a calmaria, além do desejo de preservar o que foi construído pelo pai, que a manteve ligada a Monções. "Não tenho vontade de ter casa em outro lugar".

Um lugar tranquilo, mas ainda sem teatro

A descoberta de Guaratuba pelo casal de aposentados Herbert e Franziska Glogg, há 4 anos, foi por um amigo do filho. Ele suíço, ela austríaca, até então nunca tinham ouvido falar da cidade. Do Brasil, só conheciam lugares famosos, como o Rio de Janeiro. Ao chegar para conhecer os imóveis, Herbert decidiu que era ali que iriam se estabelecer. A mulher, receosa, concordou em conhecer o lugar, mas com ressalvas. "Era dezembro de 2007 e eu disse que era para ele comprar a passagem de avião de ida e de volta, pois eu estava indo para passar apenas as férias", diz Franziska. O tempo passou e Franziska não voltou.

A escolha de Guratuba foi proposital. "Queríamos uma cidade calma, com pouca agitação. Não estamos acostumados a cidades como Rio de Janeiro, que é lindo, mas não é para nós", conta Herbert. E a hospitalidade do brasileiro comoveu o casal. Tanto que nem o problema da língua foi empecilho. Herbert, que, além do alemão, fala italiano, ilustra essa qualidade contando a história do dia em que pediu um pane (pão) com burro (manteiga) na padaria. "Ficaram me olhando e decerto acharam que eu queria comer pão com carne de burro", brinca. "Mas as pessoas sempre dão um jeito de entender, fazem mímicas, escrevem. O brasileiro tem muito calor humano", diz Herbert.

Franziska explica os motivos que fizeram com que o casal se mudasse de Winterthur, na Suíça, para um país tão diferente: "Lá é muito frio, as pessoas são mais fechadas e tudo é muito caro". Questionados sobre o que poderia melhorar na cidade, citam a infraestrutura. "Guaratuba se parece com a Suíça dos anos 50. Não há teatros, cinema. E também há falta de médicos e a coleta de lixo precisa melhorar. No mais, está ótimo", analisa Herbert.

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