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Toneladas de sardinhas xingós foram encontradas mortas desde a semana passada na Baía de Paranaguá | Bianca Gamatter / Gazeta do Povo
Toneladas de sardinhas xingós foram encontradas mortas desde a semana passada na Baía de Paranaguá| Foto: Bianca Gamatter / Gazeta do Povo

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) divulgou uma nota oficial na tarde desta segunda-feira (10) afirmando que o descarte é a hipótese mais provável para explicar a aparecimento de sardinhas-xingó mortas na Baía de Paranaguá. Segundo o órgão, a tese é reforçada pelo fato de que os peixes não teriam interesse comercial por causa do tamanho. A nota foi feita em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Batalhão de Policia Ambiental e a Coordenadoria Regional de Defesa Civil.

Um navio pesqueiro foi visto perto da Ilha do Mel na madrugada de 29 para 30 de dezembro e isso também reforça a hipótese de descarte, segundo os órgãos ambientais. Pescadores de Paranaguá passaram a sentir cheiro forte na água no último dia 30 e desde então os animais apareceram mortos.

Para o capitão Durval Tavares Júnior, comandante da companhia de Polícia Ambiental do Litoral, os peixes foram descartados na baía. "Não foram encontrados resquícios de produtos químicos nas amostras de sardinha, o que faz com que seja remota a hipótese de que a mancha verde que foi vista na água tenha ocasionado a mortandade", afirmou o capitão Tavares.

Já o CEM-UFPR afirmou na nota técnica que "mesmo que análises adicionais nos organismos afetados venham a mostrar a presença de algum contaminante químico, não seria possível relacioná-lo a um único vazamento ou evento de contaminação e atribuí-la como a causa da mortandade da sardinha-xingó". O órgão explicou ainda que o fato de apenas uma espécie ter morrido diminui a possibilidade de ter ocorrido a contaminação por produtos químicos. O CEM-UFPR aguarda o resultado de laudos sobre a água e sobre a manta de contenção que serão feitos por uma empresa contratada pela prefeitura de Paranaguá. O CEM investiga a concentração de amônia, nitrato e nitrito.

A nota técnica do CEM-UFPR confirmou que as sardinhas-xingó não estavam doentes e que microalgas tóxicas não causaram a mortandade dos peixes.

Segundo a Polícia Ambiental, um inquérito foi aberto para investigar o caso e a Polícia Federal quer descobrir quem pode ter despejado os peixes na Baía de Paranaguá.

Outro lado

A prefeitura de Paranaguá afirmou acreditar que a mortandade dos peixes tenha sido ocasionada pelo derramamento de produtos químicos na água. O órgão disse que não concorda com a hipótese de descarte de sardinha-xingó na Baía de Paranaguá por um navio pesqueiro. Sobre a embarcação pesqueira citada pelos órgãos ambientais, a prefeitura argumentou que se tratava de um barco carregado com camarões e não com peixes.

Em nota, a administração municipal destacou que "paralelamente às pesquisas do Centro de Estudos do Mar (CEM), fez o encaminhamento de três quilos de manta de contenção usadas num vazamento que ainda não (foi) explicado".

Número oficial

Cinco toneladas de sardinha-xingó foram encontradas mortas na Baía de Paranaguá, de acordo com o órgão ambiental - que não confirmou os dados repassados pelos pescadores. A estimativa feita pelo presidente da Federação das Colônias de Pescadores de Paranaguá, Edmir Manoel era de que cerca de 60 toneladas de peixes tinham aparecido mortos na baía desde 30 de dezembro.

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