
Dica
Um projeto de vida
Nada acontece de uma hora para outra. Ou seja, se você quer impressionar na próxima temporada deve começar a se exercitar desde já. A professora de Educação Física Vanessa Cabrini, da BPM Assessoria Esportiva, explica que toda atividade é progressiva. "As pessoas têm de saber que um mês de treinamento não é suficiente para compensar tudo o que não foi feito até hoje."
Vanessa alerta que o ideal é que os exercícios sejam mantidos durante o ano todo. "Você não precisa de muito tempo para ser saudável. Uma hora por dia já é suficiente."
Para começar, o ideal é ter a supervisão de um professor de Educação Física para não cometer exageros. Quem parte direto para o ritmo intenso de treinamento está sujeito a lesões. Se o corpo for pego de surpresa, o músculo e o coração, que não estão preparados, podem se ressentir. Há riscos de lesão muscular ou outra lesão mais séria, principalmente em pessoas acima de 35 anos.
As senhoras de chapéu caminham conversando pela orla, enquanto o rapaz corre na areia grudada ao seu MP3 player e os garotos montam apressados a rede de futevôlei. A regra no verão é não ficar parado. Mas será que tanta disposição permanece depois do fim da temporada?
O coordenador de avaliação física da Paraná Esporte, José Nunes Neto, trabalhou no Litoral paranaense e já percebeu que a maioria dos veranistas não incorpora os exercícios na rotina pós-férias. Ainda assim, ele se esforça para salvar alguns pretensos esportistas. "Fazemos avaliações físicas e entregamos em mãos ao usuário. Lançamos o desafio para que na temporada que vem ele chegue com resultado melhor", afirma.
O atendente Cristian Fernandes, 23 anos, de Curitiba, foi um sedentário assumido. Entre os 14 e 15 anos, era uns dez quilos mais gordo. "Tive de fazer dieta, perdi peso, cresci", comemora, lembrando que, se descuidar, a barriguinha pode voltar. "Acho que aqui na praia acabo focando mais no corpo. Em Curitiba acabo me preocupando com o trabalho e deixo essa parte meio de lado. Aqui na praia ganho uma empolgação extra", diz ele, que costuma correr na orla da praia de Matinhos.
Para o psicólogo Dionísio Banaszewski, vice-coordenador do Curso de Psicologia da Universidade do Contestado Canoinhas-Porto União (SC), cuidar do corpo é, além de saudável, necessário. "Estar atento ao corpo, independentemente de suas formas geométricas e estéticas, é necessário a todos nós. Quando estamos pouco ligados ao nosso corpo há sensação de vazio, o que acaba gerando ansiedade."
Na opinião da hidrogeologista Samanta Lax, que é de Curitiba, mas mora em Bloomington, nos Estados Unidos, o brasileiro é um povo bem mais preocupado com o corpo. "Como o Brasil é mais quente, as pessoas mostram mais o corpo. Nos Estados Unidos, a população é mais parada", diz. Samanta está passando férias no Brasil com a norte-americana Susan Licher e aproveitou para apresentar Caiobá à amiga. O passeio foi de bicicleta pela orla foi providencial para exterminar as calorias extras, obtidas com coxinhas e tortas de sonho de valsa pratos que não encontra nos EUA. Por outro lado, Samanta comeu peixe e camarão frescos, que há tempos não degustava.
O verão, aliás, pode propiciar esses dois tipos de alimentação: um mais leve e mais compatível com o calor e outro rico em guloseimas e frituras nas refeições e seus intervalos, segundo a nutricionista Karin Flemming de Farias. A orientação, claro, é preferir o primeiro, com frutas, verduras e líquidos.
E para quem for praticar exercícios físicos, a dica da nutricionista é caprichar na dieta para repor a perda dos eletrólitos (minerais). Deve incluir ainda à dieta carboidratos e proteínas. "Quanto a líquidos, a recomendação é de 2 a 2,5 litros por dia. Deve-se diluir isso ao longo do dia e não esperar ter sede para tomar água", afirma Karin, que orienta a manutenção dessa dieta por todo o ano e não só no verão.