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Legislação proíbe presença de cães na praia baseada nos riscos de contaminação por animais doentes e de suas fezes | Antonio More/ Gazeta do Povo
Legislação proíbe presença de cães na praia baseada nos riscos de contaminação por animais doentes e de suas fezes| Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo
  • Saiba quais são as coisas que mais irritam o veranista paranaense

Encontrar lixo na areia não é nada agradável. Pior ainda é nadar no mar na companhia de uma matilha de cães e conviver com alguém que acha que a areia é o quintal de casa. Para os veranistas que frequentam as praias do Litoral paranaense, esses são os três piores inimigos da temporada feliz.

Levantamento feito pelo Paraná Pesquisas – que ouviu 402 veranistas entre os dias 28 e 31 de janeiro –, a pedido da Gazeta do Povo, mostra que para 55,22% dos entrevistados, o sujeito que joga lixo no chão é – disparado – o mais irritante. Já para 26,37% das pessoas, quem se acha o dono da areia e quem leva cachorro para a praia seguem como os piores tipos para se cruzar na temporada.

Citado como o veranista que mais aborrece, o poluidor irrita mais do que qualquer outro na praia. Na opinião da técnica de enfermagem Amanda Slavinsko, 27 anos, quem suja não tem consideração com qualquer ambiente – seja ele coletivo ou particular. "Se ele suja a praia, o meio ambiente, provavelmente suja a casa dele, o trabalho. Mas aqui é pior, já que a praia não é só dele", diz a veranista, que está em Matinhos.

A solução para todas as questões, na visão dos veranistas ouvidos pela pesquisa, esbarra na falta de bom senso. A pesquisa revelou que, para 56,47% dos entrevistados, um pouco mais de consciência resolveria os problemas listados.

O professor do Mestrado em Gestão Ambiental da Uni­­ver­sidade Positivo Paulo Roberto Janissek se surpreendeu com resultado da pesquisa. "É bom saber que as pessoas estão se preocupando com a questão ambiental. Mas acho que as pessoas estão mais para o discurso do que para prática. É mais fácil observar o comportamento errado nos outros en­­quanto ela mesma não pratica", afirma.

Nem tão amigo assim

Ele até pode ser considerado o melhor amigo do homem, fazer a alegria da criançada, mas para os veranistas, lugar de cachorro é no quintal, no canil, no apartamento e não na praia. Na areia, os cães, mesmo os de raça, não são bem vistos. Nem aos olhos da lei.

Há uma legislação que proíbe a entrada de cães na areia e no mar. Matinhos, no Litoral do Paraná, foi o primeiro município a adotar a lei que mantém os bichos fora da praia. Mas, de acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Sérgio Cioli, neste ano, a prefeitura está apenas conscientizando os veranistas. Na próxima temporada, quem desrespeitar a lei será multado. A proibição se baseia no risco de transmissão de doenças por parte dos animais e das fezes deixadas por eles na areia.

Para o veranista de Guaratuba, Adriano Schmidt, 30 anos, não é correto levar cães pequenos ou grandes para a areia. "É uma falta de respeito. Praia e cachorro não combinam. Estamos com criança na praia, há o risco de transmissão de doenças e de ela ser mordida", opina.

De acordo com o médico veterinário Leonardo Nápoli, presidente da Comissão de Zoonoses e Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná, o grande problema são os cachorros que não recebem cuidados, que não estão com as vacinas em dia e que podem transmitir com mais facilidade doenças ao ser humano. "O problema dos cães é de saúde pública. É necessária uma política grande de monitoramento, controle, tratamento e manejo destes animais", explica.

Segundo ele, cães contaminados e fezes dos animais po­­dem transmitir doenças como micose, bicho-de-pé e até mesmo sarna. "Mas se o animal é saudável, dificilmente vai transmitir ou ser contaminado na areia", afirma.

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