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Esculturas decoram a entrada da loja de produtos coloniais na localidade do Porto de Cima, ao pé da Estrada da Graciosa | Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Esculturas decoram a entrada da loja de produtos coloniais na localidade do Porto de Cima, ao pé da Estrada da Graciosa| Foto: Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Pedras no caminho são um incômodo para a maioria das pessoas, mas não para um comerciante de Morretes, no Litoral do Paraná. Ele desenvolveu uma técnica para montar esculturas de pedras, apenas equilibrando um sobre a outra. Algumas da obras têm até cinco pedras, um desafio à lógica e ao equilíbrio, mas um convite à curiosidade.

Todo dia Marcos Kaniak, 55 anos, segue o ritual de abrir a loja de produtos coloniais na localidade do Porto de Cima, ao pé da Estrada da Graciosa. Depois disso é hora de arrumar cuidadosamente na calçada de entrada as quatro pilhas de pedras.

Os conjuntos normalmente variam de duas a cinco pedras empilhadas. A maior parte da ‘matéria-prima’ é retirada diretamente do Rio Nhundiaquara, ponto turístico da cidade. Até mesmo amigos presenteiam o comerciante com novas peças para as esculturas.

A prática começou por acaso, como forma de brincadeira. Há 23 anos ele estava com três pedras na mão: uma esférica, uma quadrada e outra com formato de pirâmide. Kaniak resolveu testar se era possível equilibrar uma sobre a outra e deu certo. O recorde de equilíbrio são nove peças.

"O pessoal para aqui, tira fotos e me pergunta se tem algo místico nisso. Mas não tem nada disso. Não esperava que as pedras ia causar tanto impacto", comenta. O comerciante garante o poder de empilhar pedras é um dom. "É um dom que eu tenho. Não sei tocar violão, mas sei empilhar pedras".

A construção

O mandamento principal para empilhar segue a fórmula de tentativa e erro. Já experiente, ao ver uma pedra, examina a superfície e constata qual o melhor encaixe para sustentação. Com o tempo e o atrito alguns pedaços não garantem mais a sustentação necessária e é hora de trocar. Mas existem outros adversários das esculturas. "Tem vezes que o vento derruba e já teve gente que roubou pedras. Devem ter achado alguma bonita e levaram", conta.

Por um período ele chegou a vender pilhas de cerca de quatro pequenas pedras empilhadas, mas parou com a preparação e comercialização dos produtos. O motivo foi mais tempo para se dedicar aos dois filhos, que hoje têm dois e quatro anos. Apesar da pouca idade eles já ajudam o pai a empilhar as pedras pela manhã. Pelo jeito o dom com as rochas é hereditário.

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