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Prova dos nove

Na manhã da última sexta-feira, a reportagem enfrentou o trânsito na PR-407, no trecho que liga o balneário de Praia Grande, em Matinhos, com o trevo da entrada para o centro do município. Nesse dia, o movimento era intenso.

A equipe se dividiu para fazer o trajeto – de aproximadamente quatro quilômetros – de carro e de bicicleta. Com a "magrela", foram gastos 17 minutos. Com o carro, mais de 45 minutos. Em boa parte deste tempo o automóvel esteve parado no engarrafamento.

Vantagens

Quem usa os transportes alternativos garante que as vantagens são muitas. Veja os motivos apontados:

- Aliar a fuga dos engarrafamentos com o exercício físico é uma forma de manter a saúde em dia.

- Economia de dinheiro. O consumo de combustível em engarrafamentos é maior, pois são usadas apenas as primeiras marchas.

- Economia de tempo. Segundo a Polícia Militar, nos dias de maior movimento, em alguns pontos das cidades litorâneas, um carro demora até meia hora para percorrer uma quadra (100 metros).

Matinhos - Durante o verão, a frota de veículos no Litoral aumenta consideravelmente, o que acaba gerando engarrafamentos e quilômetros de fila. A cidade de Matinhos, por exemplo, recebe nesta época pelo menos dez vezes a quantidade de carros que circulam na cidade durante outros meses do ano. Segundo dados da Guarda Municipal, a frota habitual não passa de 18 mil carros, enquanto na temporada são perto de 200 mil veículos que lotam as ruas da cidade.

Para fugir do estresse causado por essa "invasão", muitos veranistas optam por fazer deslocamentos usando meios alternativos de transporte. É o caso dos contadores Reinaldo Sabóia Mendes, 70 anos, e Glaci de Souza Mendes, 65, que costumam andar a pé durante a estada na praia. "Eu esqueço o carro na garagem. Só tiro no dia de voltar para Curitiba. Fazemos compras a pé, mesmo nos dias chuvosos", explica. A vantagem, segundo ele, é dobrada. "Faço exercício e não preciso me desgastar no trânsito com os ‘ousados’ que se excedem na bebida alcoólica."

A empresária curitibana Fernanda Coelho, 50 anos, possui um apartamento na Avenida Atlântica da praia de Caiobá, uma das mais congestionadas durante a temporada. Para driblar as filas, ela elegeu a bicicleta como meio de transporte oficial. "Vou ao mercado, à panificadora e até para outros balneários pedalando", diz.

O representante comercial paulista Carlos Gomes, 53 anos, é amigo de Fernanda e a acompanha nos passeios de bicicleta. Ele considera injusto e incoerente enfrentar engarrafamentos nas férias. "É um momento de descansar, tudo o que não queremos é ficar horas dentro do carro", afirma. Até mesmo a travessia para Guaratuba é feita de bicicleta. "Não enfrentamos filas e, além disso, não é preciso pagar a balsa."

Condições precárias

Tanto Fernanda quanto Gomes fazem uma crítica quanto à falta de ciclovias, o que, para eles, intimida algumas pessoas na hora de usar a bicicleta como meio de transporte. "Há poucas opções, só as da beira-mar, que são tomadas por pedestres. Nas rodovias não há acostamento, o que torna o passeio perigoso", alerta Fernanda.

Segundo a Guarda Municipal de Matinhos, há projetos para melhorar as condições dos ciclistas. "Com a nova gestão na prefeitura, até a próxima temporada, com a criação do departamento de trânsito da Guarda Municipal, teremos pontos mais seguros para o tráfego de ciclistas", garante Gilmar Alvez Rolin.

Outro fator que impede o maior uso desse tipo de transporte é a falta de opções no Litoral. Nos principais balneários não há serviço de aluguel de bicicleta, por isso o veranista que estiver disposto a trocar o acelerador pelas pedaladas tem de ter sua própria bike. O único lugar que oferece o serviço é a Ilha do Mel, onde é possível alugar bicicletas por R$ 6 a hora.

Os pontos críticos

Segundo a Polícia Militar, as cidades que registram trânsito mais complicado são Matinhos e Guaratuba.

Em Matinhos, os motoristas devem evitar a Avenida Juscelino Kubitschek, que leva até o ferryboat, e as ruas Paranaguá e Roque Vernalha, no centro. "A Avenida Atlântica também registra congestionamentos, mas durante os fins de semana da temporada ela estará fechada para automóveis", explica Gilmar Alvez Rolim, diretor da Guarda Municipal.

Para tentar amenizar a confusão do trânsito no centro da cidade, há um projeto para converter algumas ruas centrais em vias de mão única e com estacionamento liberado apenas do lado esquerdo. "Apenas na Rua Guarapuava e na Avenida Juscelino Kubitschek será possível trafegar nos dois sentidos", diz o diretor do órgão. A conclusão da mudança só será possível após o término da temporada, mas para os próximos fins de semana a Guarda Municipal estuda implantar as mudanças nos pontos mais críticos.

Em Guaratuba, segundo o comandante da PM, tenente Gilmar Santana, as vias mais complicadas são as centrais Visconde do Rio Branco e 29 de Abril, a Avenida Atlântica (beira-mar) e a Antônio Rocha, que dá acesso ao ferryboat. A recomendação é que se utilize as ruas paralelas e que se evite estacionar na Avenida beira-mar.

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