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Somente no primeiro mês da temporada de verão 2011/2012 foram registrados 592 casos de queimaduras por água-vivas nas praias do litoral paranaense. O número recorde é superior aos 541 casos registrados em toda a temporada passada e representa um aumento de cerca de 10 mi% em relação ao primeiro mês da temporada anterior, quando houve apenas seis registros de queimaduras por águas-vivas em todo o Litoral.

De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Eziquel Siqueira, Matinhos, seguido de Pontal do Paraná e Guaratuba, lidera o número de ocorrências. A justificativa, segundo ele, é a maior concentração de banhistas nas praias do município. "Quanto maior o número de pessoas em determinado balneário, maior é a chance do aumento de casos nesse local. Além disso, na temporada passada, o monitoramento do Corpo de Bombeiros e da Secretaria Estadual de Saúde não era feito de forma intensiva como neste ano", diz.

A Praia Central, em Guaratuba, toda a extensão da praia em Caiobá e os balneários de Ipanema e Sangri-lá, em Pontal do Paraná, são os pontos com maior número de registros de queimaduras e exigem atenção redobrada por parte dos banhistas. No início desta temporada, 19 pessoas sofreram queimaduras na Baía de Antonina. O fato chamou a atenção da Secretaria Estadual de Saúde e do Corpo de Bombeiros, já que a ocorrência de águas-vivas em regiões de baías não é comum.

De acordo com a bióloga Gisélia Rubio, chefe da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Saúde, correntes marítimas, mudanças climáticas e chuvas abundantes estão entre os fatores que podem ter causado uma maior incidência desses animais no litoral do estado nesta temporada. "São animais de vida livre e, portanto, literalmente levados pelas ondas", afirma.

Espécies diferentes

Segundo Gisélia, é importante ressaltar que os animais que estão aparecendo no litoral paranaense são de dois tipos distintos: uma é a caravela portuguesa, cujo corpo é semelhante a uma bexiga e pode ser avistado pelos banhistas. O problema, explica ela, são os tentáculos deste animal, que podem chegar a medir mais de um metro de comprimento, alcançando longas distâncias dentro do mar. "O banhista que avistar este animal deve sair imediatamente da água", alerta a bióloga.

A outra espécie é a água-viva gelatinosa, que possui tentáculos pequenos e não pode ser vista dentro do mar. "Elas também podem ser encontradas na areia da praia e devem ser enterradas ou removidas do local para não provocar queimaduras, sobretudo em crianças", afirma a bióloga.

Cuidados

Há três anos que a família da argentina Ana Lia Montoya, de 46 anos, passa férias em Matinhos, no litoral paranaense, e esta foi a primeira vez que alguém sofreu queimaduras por águas-vivas. Na tarde de desta segunda-feira (16), o filho dela, Ezequiel Lipdrak, de 17 anos, teve um braço e parte do tronco queimado pelo animal. Nas proximidades de onde a família estava, em Matinhos, pelo menos mais três crianças haviam sido queimadas por água-vivas também na tarde desta sexta, contou Ana Lia. Ela disse ainda que algumas pessoas que estavam no local orientaram o filho a passar Smirnoff Ice, bebida feita a base de vodka, água gaseificada e suco de limão. O produto, no entanto, não é recomendado para tratar os ferimentos por águas-vivas e caravelas e pode piorar a queimadura.

A orientação para quem sofrer queimaduras é procurar ajuda junto aos postos de guarda-vidas localizados em diversos pontos da orla. Segundo o tenente Siqueira, o ideal é passar vinagre (acido acético) no local para aliviar a queimação e nunca lavar o local com água doce. "A água doce faz com que as cápsulas de toxina sejam rompidas, liberando o veneno e aumentando a urticária no local". Se as queimaduras forem mais graves, a recomendação é procurar um posto de saúde.

Serviço:Dúvidas, informações e orientações ligar para o Centro de Controle de Envenenamento no telefone 0800 41 01 48

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