Barbados abriga uma simpática vila de pescadores, com fauna e flora intocadas| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Batismo

Os nomes das ilhas revelam curiosidades sobre a história dos locais. Conheça:

Ilha das Peças: Há duas versões. Uma delas conta que, na época da escravidão, os escravos ficavam ali antes de chegar ao continente. Eles eram chamados de "peças". Outra hipótese é de que a ilha armazenava as peças de artilharia usadas na Fortaleza da Ilha do Mel, construída no século 18.

Ilha de Superagui: Em tupi-guarani, superagui significa "senhora dos peixes". Uma lenda caiçara está ligada ao nome: dizem que um grupo de índios caminhava pela região quando uma índia ficou doente e morreu. Um tempo depois, ela apareceu para um pescador e pediu o filho dele, que estava para nascer, em troca de fartura de peixes para ele. O pescador não quis ceder o filho, mas ela mesmo assim concedeu a dádiva dos peixes.

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Serviço

Como chegar

Para conhecer todas as belezas da região, é possível ir com embarcação própria ou alugada. Além da hospedagem, algumas pousadas de Superagui e da Ilha das Peças fazem passeios pelas as comunidades e para a Ilha dos Pinheiros para ver a revoada de papagaios.

Pousadas

• Na Barra de Superagui

Akdov: (41) 3482-7158Araújo: (41) 3482-7126Bella Ilha: (41) 3482-7123Brilhante: (41) 3482-7112Pousada da Carla: (41) 3482-7161Centauro: (41) 3482-7164Chauá: (41) 3482-7144Costa Azul: (41) 3482-7136Crepúsculo: (41) 3482-7135Estrela D’Alva: (41) 3482-7121Golfinho: (41) 3482-7126Horizonte: (41) 3482-7172MagalMar: (41) 3482-7115Michaud: (41) 3482-7120Nativa: (41) 3482-7131Oceano: (41) 3482-7119Praia Mar: (41) 3482-7120Sobre as Ondas: (41) 3482-7118Superagui: (41) 3482-7149Verde Mar: (41) 3482-7112

• Na Ilha das Peças

Pousada do Carlinhos: (41) 3482-5103 (Vila das Peças)Baía Bela: (41) 9138-7760 (Bertioga)

Acesso

• Barcos de linha

De Paranaguá para Superagui: todos os dias às 14h30.De Superagui para Paranaguá: todos os dias às 7 h. Aos domingos também às 14h30. A viagem dura cerca de 2h30.

De Paranaguá para a Ilha das Peças: todos os dias às 13 h. Aos fins de semana também às 9h30.Da Ilha das Peças para Paranaguá: todos os dias às 7 h. Aos fins de semana também às 16h30. A viagem dura cerca de 1h30.

• Barco particular

Passeio saindo de Paranaguá ou Guaraqueçaba custa R$ 600 em um barco para cinco pessoas. Inclui passeio pelas comunidades e observação da revoada de papagaios na Ilha dos Pinheiros. Contatos pelo (41) 9177-4245.

Para comer

• Bertioga e Barbados

Restaurante do Seu Lopes (Barbados): (41) 9208-9495.Restaurante Sabor do Mar (Bertioga): (41) 9167 - 7774.Restaurante do Didi (Tibicanga): (41) 3482-1469.

Os restaurantes atendem somente com reserva.

A Ilha de Superagui é uma beleza só: área de preservação ambiental garante cenário único

Existem lugares remotos no Litoral paranaense em que a areia é branquinha, o mar está livre de poluição e a cultura caiçara se manifesta a plenos pulmões. E tudo isso bem pertinho da agitação do Porto de Paranaguá. Nas Ilhas de Superagui e das Peças é possível visitar comunidades pequenas e receptivas, onde só se chega de barco. Belas paisagens e pratos caprichados à base de peixes e frutos do mar completam o passeio.

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A região faz parte do Parque Nacional do Superagui, que tem 34 mil hectares de área protegida em Guaraqueçaba administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Com a sua criação, em 1989, todo o ecossistema do entorno passou a ser preservado por lei. Por isso, é fácil encontrar uma grande variedade de espécies de plantas e animais – inclusive ameaçados de extinção, como o mico-leão-da-cara-preta.

Veja mapa das ilhas do litoral

Pequenas comunidades de pescadores vivem nas ilhas desde a época da colonização do Brasil. Segundo Guadalupe Vivekananda, chefe-substituta do Parque Nacional, um dos objetivos do órgão é preservar a cultura caiçara. "Incentivamos um turismo diferente, em que as comunidades tenham vez. São os pescadores que cuidam das pousadas e restaurantes, que se tornam uma opção a mais de renda, junto com a pesca", afirma.

Com a oferta de cursos de capacitação para os jovens nativos, voltados às artes pesqueiras e ao turismo, criam-se oportunidades para que eles permaneçam em suas comunidades de origem. "O turismo é de base comunitária. E os visitantes geralmente gostam da experiência, porque ela não existe mais em outros lugares. É uma área intocada, com populações tradicionais e espécies ameaçadas. O visitante sai sensibilizado com a conservação da natureza", explica Guadalupe.

PasseioRestaurante de Barbados serve quitutes pescados ali mesmo

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Uma dica para conhecer as belezas da região é se hospedar em pousadas de Superagui ou da Ilha das Peças e conhecer as outras comunidades da região durante o dia. Saindo de barco da Barra de Superagui – vila principal da ilha – logo se avista Barbados, um vilarejo com cerca de 25 casas de pescadores.

No único restaurante do local são servidos quitutes pescados ali mesmo. Antônio Lopes, mais conhecido por "seu" Lopes, é o proprietário. Ele conta que construiu o restaurante aos poucos, para atender alguns turistas que passavam pela região há cerca de 10 anos. Agora, o movimento nos fins de semana é grande. A ostra servida ali faz sucesso no boca a boca entre visitantes. "O segredo é deixar a ostra na água salgada. Se pegar água doce ou barro, estraga", ensina. Ele assa as ostras em um fogão à lenha e serve com limão. Também dá para comprar e levar para comer em casa: uma dúzia de ostras sai por R$ 15, e de caranguejos, R$ 20.

A família de "seu" Lopes vive em Barbados "desde sempre", como ele diz. Ele ainda lembra quando era possível fazer roça ou caçar os animais da região – hoje proibidos por lei. "Mas eu acho que tá certo. Senão a gente perde esse tanto de coisa boa que tem aqui", diz. Com o dinheiro ganho no restaurante, ele pode passar o inverno na casa das filhas em Paranaguá e reformar o estabelecimento, que é caprichosamente pintado com as cores do Brasil e ainda mantém uma farinheira artesanal, da época em que plantava mandioca.

ComunidadeA vida corre mansa em Bertioga, na Baía de Pinheiros

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Bem na frente da comunidade de Barbados fica Bertioga. Para chegar lá basta cruzar a Baía de Pinheiros e chegar até a outra margem, já em território da Ilha das Peças. Bertioga é um pouco maior que Barbados: são cerca de 40 casas. Lá há dois restaurantes e uma pousada. Daril Ramos Correa e sua esposa mantêm o Sabor do Mar, restaurante que serve pratos por reserva. Uma porção de ostra gratinada, camarão, peixe, arroz, feijão e salada custa R$ 30.

A família de Daril também é tradicional na comunidade. "Meus pais vendiam peixe e caranguejo em Paranaguá e Antonina. Eles saíam de madrugada com a carga e tinham que ir remando, chegavam lá só às duas horas da tarde", lembra. "Agora a vida está mais fácil", garante, mostrando o gerador de energia elétrica movido à gasolina que funciona das 7 às 23 horas. Este ano a luz elétrica, que já existe nas vilas principais de Superagui e Ilha das Peças, também deve chegar às comunidades mais afastadas por cabos subaquáticos que estão sendo instalados pela Copel. O clima geral, nesses locais, é de tranquilidade. "Só não durmo com a janela aberta por causa dos pernilongos", diz Daril.

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