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O vendedor Márcio Aparecido Dugnoni e família, de Ourinhos, no  oeste paulista: de trailer por 540 quilômetros até Matinhos | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O vendedor Márcio Aparecido Dugnoni e família, de Ourinhos, no oeste paulista: de trailer por 540 quilômetros até Matinhos| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Guia de viagem

Apesar de o farofeiro ser um errante nas praias, é importante se planejar e tomar alguns cuidados. A Gazeta do Povo consultou especialistas para passar orientações a esses turistas.

- Pele: o pouco tempo na praia não quer dizer que a pessoa pode ficar sem a proteção contra os raios solares. Por isso, o turista deve sempre usar protetor solar e guarda sol. "O produto deve ser passado no corpo 30 minutos antes de ir à praia e em uma quantidade que deixe a pele bem úmida", alerta a médica alergista Adriana Schmidt. Ela também aponta a necessidade de atenção aos horários de exposição de sol: antes das 10h e após as 15h.

- Olhos: eles também podem sofrer com a exposição excessiva aos raios solares. Por isso, o doutor Thiago Clivati de Marchi, do Instituto de Oftalmologia de Curitiba, aconselha aos veranistas que utilizem óculos escuros com filtro de proteção contra raios ultravioletas. "Óculos de grau também podem receber esse filtro nas óticas", lembra o especialista. Ele também recomenda que as pessoas não abram os olhos debaixo da água, para evitar a entrada de sal.

- Roupas: decidir o que vestir na praia também é importante para o bem-estar na temporada. A doutora Adriana recomenda o uso de roupas leves, calçados confortáveis e bem ventilados. A médica também aconselha que o "farofeiro" não dispense os chapéus.

- Higiene: como os farofeiros passam a maior parte do tempo na areia, devem ficar atentos ao lixo acumulado. A Sanepar tem equipes nos balneários paranaenses que distribuem sacos plásticos e porta-bitucas, para colocar as sujeiras de cigarros. Os agentes da Sanepar podem ser encontrados nas praias, identificados com camisetas.

Interatividade

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  • O churrasquinho fica a cargo da esposa de Márcio, a vendedora Patrícia dos Reis

Eles chegam às praias sem casa para ficar. Às vezes vêm de carro ou em ônibus de excursão. São conhecidos pela comida que levam para saborear nas areias, geralmente uma saborosa carne assada. Eles são os famosos "farofeiros", reconhecidos em todos os cantos do Litoral brasileiro.

Uma família de paulistas que veio da cidade de Ourinhos para o Litoral paranaense em um ônibus adaptado como trailer representa essa parcela de turistas. O vendedor Márcio Aparecido Dugnoni é o proprietário do veículo. Apesar de problemas que podem ter de enfrentar – como os temporais de verão e as acomodações não tão boas –, ele e os familiares não se sentem incomodados. "Para nós tudo é aventura para ser lembrada. O que vale a pena é se divertir", diz Dugnoni, sobre um colchão molhado por causa da chuva.

O almoço da família acontece na areia e é preparado no local. O cardápio varia entre churrasco e sanduíches. No lugar de trazer alimentos de Ourinhos, a família optou por comprar a comida em Matinhos. Na hora de dormir, alguns ficam do lado de fora, em uma barraca. "Uma casa para alugar, ficaria muito caro", comenta.

Cuidados

Segundo a nutricionista Thalita Toso, a alimentação deve ser um dos principais cuidados dos turistas, principalmente entre os "farofeiros". Ela recomenda que alimentos perecíveis, como as carnes e verduras, sejam compradas na hora e que sejam conservadas com refrigeração adequada ou consumidas em pouco tempo. "Por isso é bom utilizar isopor com gelo para manter os alimentos em condições de consumo. A má conservação de alimentos perecíveis pode provocar a proliferação de microrganismos nocivos à saúde", afirma.

A nutricionista diz que não há problemas na ingestão de frituras e lanches na praia, mas recomenda uma alimentação mais saudável e leve, regada a frutas, verduras e líquidos.

20 anos de farofa

A vendedora Solange Pereira de Góis chegou ao Litoral no dia 30 de dezembro para passar a virada do ano. Ela veio de Curitiba em uma excursão com outras 50 pessoas. Esta é a vigésima viagem que ela faz para acampar em frente à praia nos dias de réveillon e cumprir obrigações religiosas. "Somos ‘farofeiros’ sim e não nos importamos com a fama", disse sorrindo.

Solange e outras pessoas ficam em barracas em um terreno de frente para o mar. "É mais barato e vantajoso para nós. Ficamos mais perto da praia." Em 20 anos de excursões, entretanto, ela percebe as mudanças pelas quais Matinhos passou ao longo desse tempo e o que a cidade deixou de oferecer aos turistas que acampam em frente à praia. "Antes tínhamos mais lanchonetes, banheiros e chuveiros".

O pintor Ney Almeida, que também integra o grupo, percebe que falta estrutura e espaço na praia para receber veranistas. "A faixa de areia diminuiu muito e nada foi feito para melhorar isso".

Diversão para todos

Veja o que oferecem as praias paranaenses para quem precisa utilizar os equipamentos públicos:

Matinhos: segundo a Secretaria de Turismo, há um planejamento para a revitalização da Praia Brava de Caiobá, bem como para a construção de banheiros, mas isso depende de trâmites que envolvem o patrimônio da União. Atualmente, segundo a secretaria, há um banheiro público na praia e outros seis chuveiros espalhados pela orla. Informações (41) 3971-6014.

Guaratuba: segundo a prefeitura, há um camping municipal para receber esses veranistas, com banheiros, lanchonete e churrascaria. A taxa por pessoa em barracas é R$ 15 por dia. Há espaço para trailers, com preço de R$ 35 para veículos com até três pessoas. A praia central possui nove chuveiros para os banhistas. Informações: (41) 3472-8654.

Pontal do Paraná: de acordo com a prefeitura, o reduto dos "farofeiros" é o balneário de Praia de Leste. O município oferece apenas chuveiros na orla da praia. Há campings particulares pela cidade e um estacionamento particular de uma empresa em Pontal do Sul para ônibus de excursão. Informações: (41) 3975-3102.

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