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Em Caiobá, volume de automóveis aumentou muito de três anos para cá, segundo veranistas: sinalização e estrutura não mudou | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Em Caiobá, volume de automóveis aumentou muito de três anos para cá, segundo veranistas: sinalização e estrutura não mudou| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Negócio

Estacionamento improvisado

O pedreiro Odair José Reis da Silva mora em Matinhos em uma casa com um amplo e descampado quintal frontal. Há anos, ele costuma transformar o espaço em estacionamento privado nos períodos de maior movimento. Mas o que antes era um bico ocasional acabou se tornando um negócio de temporada inteira.

"Antes, eu abria só no Natal, ano-novo e carnaval. Agora é direto", diz. Ele cobra R$ 5 por hora, ou R$ 35 por período, e está faturando bem. "Tem gente que vem sozinho com o carro e deixa aí o dia inteiro".

Sentando em uma mesa de plástico na frente de casa, ele observa o avanço da posse do carro pelas famílias. "Os apartamentos têm uma vaga, e o grupo chega com três ou quatro carros." (OT)

Matinhos - Fila de carros, lentidão, reclamações e buzinadas. A cena é típica de um fim de tarde curitibano, mas também ocorre no Litoral do Paraná, a poucos metros da orla. O veranista à procura de sossego está encontrando uma boa dose de tumulto antes de chegar à faixa de areia. A estrutura viária, pensada para suportar o tráfego de uma cidade pequena, não consegue comportar com facilidade o fluxo adicional de pessoas durante a temporada. Além disso, moradores, turistas e autoridades são unânimes em reconhecer que a praia nunca esteve tão motorizada.

Em Caiobá, balneário do município de Matinhos, a velocidade média no perímetro urbano é de pouco menos de 20km/h. Ainda que as vias principais tenham sido transformadas em mãos únicas, a quantidade de carros estacionados obriga os condutores a trafegar em apenas uma fila. Os cruzamentos são outro ponto problemático. A maioria não tem semáforo, e o sistema de preferenciais se mostra falho diante de um fluxo constante em ambas as ruas.

"A gente vem para descansar, mas acaba se estressando", avalia o estofador Sandro Batista Vera, de Curitiba. Ontem, no início da tarde, ele demorou 40 minutos para percorrer os seis quilômetros que separam o bairro de Sertãozinho, em Matinhos, ao ponto da praia de Caiobá próximo ao Morro do Boi. "A gente depende do carro, então tem de cair no trânsito. Faz mais de 20 anos que venho para cá, mas nas últimas três temporadas o tráfego piorou muito", compara.

O comerciante Moacir Mar­­­ques, de Londrina, Norte do Paraná, passava temporada em Itapema, Litoral de Santa Catarina, e ontem trouxe a filha para passar férias com amigos em Caiobá. Foi obrigado a estacionar quase uma quadra distante do apartamento. "Ainda tive sorte. Você percebe que o pessoal fica rodando por aí à procura de uma vaga", diz. Ele aponta a falta de placas indicativas como outro obstáculo para a fluidez do trânsito. "O motorista tem de parar para ver ou perguntar a alguém. Daí complica ainda mais", relaciona.

Mudanças

Para a temporada de verão, uma das principais alterações no tráfego promovida pela Polícia Militar foi a extinção da faixa de estacionamento na Avenida Atlântica de Caiobá. Nos primeiros dias, po­­­­rém, os motoristas não haviam per­­­­cebido a mudança e seguiam estacionando na via. "Hoje a gente tem uma aceitação bem grande da ação. As pessoas se acostumaram, e o número de multas por estacionamento irregular tem diminuído bastante", avalia a tenente Ca­­­roline Costa, porta-voz da Polícia Militar para a Operação Verão.

Ela reconhece que, com a quantidade de veículos nas ruas do Litoral, é inevitável surgir lentidão e congestionamentos. "Contamos com a educação dos mo­­­toristas, para que tenham respeito mútuo e deem a preferência para o pedestre", diz.

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