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Até panela Antônio Pivotto já alugou a um veranista queria fazer caranguejada | Walter Alves/Gazeta do Povo
Até panela Antônio Pivotto já alugou a um veranista queria fazer caranguejada| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Malas prontas e carro organizado. Quando se chega à praia, a desagradável surpresa de que o colchão, o ventilador ou algum outro objeto importante foi esquecido. E se durante a temporada o ventilador estraga e a televisão para de funcionar? Para situações como essa foi que Antônio Pivotto, 57 anos, resolveu abrir uma loja de locação com cerca de 20 itens diferentes, entre televisões, cadeiras de praia, colchões, pés de pato, pranchas de surfe, batedeiras e até cortadores de grama e capacetes de moto ou de bicicleta.

A loja de Antônio fica no Balneário de Ipanema, em Pontal do Paraná, onde há cinco anos ele reúne aparelhos e objetos que possam interessar aos veranistas e os aluga. Começou com apenas quatro tevês e algumas pranchas de surfe. Hoje tem cerca de 100 televisores, 100 ventiladores, 30 colchões e outros objetos que somam cerca de 350 peças.

A ideia da locadora surgiu com uma loja de conserto de eletrônicos vizinha à casa de Antônio. Na temporada, era tanta gente que perguntava ao dono se tinha algum objeto para alugar para repôr o que havia estragado, que ele decidiu inovar e criar o seu próprio negócio. E a fama cresceu tanto que boa parte dos clientes de Antônio hoje preferem a comodidade de alugar direto a ter de abarrotar o carro com equipamentos. "O pessoal fica sabendo do serviço que eu ofereço e acaba desistindo de trazer muita coisa", relata.

Os aparelhos são alugados por dia. As tevês e os aparelhos de DVD e de som, por exemplo, custam R$ 10 a diária. As cadeiras, guarda-sóis, ventiladores, colchões, batedeiras e liquidificadores, custam R$ 5. "Só com o lucro da temporada passo o ano inteiro tranquilo. Durante o inverno, passo uns períodos com a loja fechada e mesmo assim consigo lucrar o valor do aluguel", conta.

A procura é tanta que é comum na temporada, principalmente no ano-novo e carnaval, Antônio chegar a ficar sem aparelhos para alugar. "Teve um carnaval em que aluguei todos os ventiladores e não tinha mais para vender nas lojas. O rapaz que havia reservado o último veio buscar e um outro cara chegou a oferecer o dobro para eu alugar para ele, o que não aceitei", recorda.

Além dos itens disponíveis, vira e mexe aparece alguém pedindo algo diferente, como cadeira de rodas, óculos de sol ou máquina fotográfica. E quando é possível, Antônio dá um jeito. Como o caso de um veranista que precisava de uma panela grande para uma caranguejada. "Pedi para o vizinho, que tem um restaurante, e dividimos o lucro", diz.

Caiobá

Na Praia Mansa de Caiobá, Floripes Marques Balielo, 66 anos, também aluga cadeiras, pranchas e guarda-sóis para os veranistas. Professora aposentada de Maringá, ela veio para a praia para levar uma vida mais tranquila. E acabou se tornando comerciante há oito anos. "Vim achando que ia descansar e estou aqui carregando pedras até hoje", brinca, referindo-se ao movimento.

Assim como acontece com An­­tônio, os veranistas procuram com Floripes muitos artigos que ela não tem para alugar. "Bicicleta me pedem sempre. Mas a maresia estraga", conta o porquê de não ter bikes entre seus produtos.Floripes revela que um dos problemas de administrar tantos objetos é a perda de equipamentos que os veranistas não devolvem. Para ter alguma garantia de que o equipamento vai voltar, ela solicita um documento com foto, que só é devolvido ao dono na entrega do produto à comerciante.

"Às vezes o cliente vem com uma identidade e diz que é da mãe, do pai, do tio. Eu fico com dó e acabo alugando", conta ela, que afirma que mesmo assim, o lucro ainda é maior do que o prejuízo deixado por alguns.

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