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ParanaguáA lenda da cabeça do enforcado

Um escravo africano matara o seu amo, lá pelos lados do Im-bocuí, devido aos maus-tratos que há muito vinha sofrendo. Levado ao júri, foi o infeliz condenado à morte, sendo sumariamente enforcado.

Era uso na época, quanto aos escravos, depois de enforcados, cortar-se a cabeça e colocá-la em um poste, em lugar bem visível e que fosse frequentado pelos negros, para servir de exemplo. O poste com a cabeça do enforcado foi colocado na Fonte da Cambôa, por ser o local de vaivém diário dos negros.

Os escravos que iam à fonte buscar água para os seus amos, quando chegavam na ladeira, baixavam a cabeça para não olhar aquele crânio pendurado. O pavor lhes invadia a alma cheia de crendices e medos. Eles tinham verdadeiro horror de descer a ladeira ao anoitecer, pois se dizia que a visão do corpo sem cabeça vagava, desde o escurecer até alta madrugada, enlouquecendo as pessoas que por ali passassem.

MorretesSaci-pererê

Esta lenda é de um jovem que, voltando para casa após uma noite de festa, levou uma chicotada do saci. Assustado, ele entrou em casa e até o dia amanhecer ouviu os assobios da criatura, que perambulava por seu quintal.

Segundo os moradores de Morretes, o assobio é uma das melhores maneiras para descobrir se o saci está perto. Ele emite um som duplo e curto, um aspirar e um expirar que soa fino. Outra forma de visualizá-lo é em seu segundo corpo, pois afirmam que à noite ele tem o corpo de Fin-Fin, um pássaro que habita as florestas e é difícil de ser encontrado.

GuaratubaA lenda do Brejatuba

Itacunhatã: assim é chamada uma rocha que forma o conjunto do Morro do Cristo. Nome originário dos índios tinguis, que habitaram o Litoral, Itacunhatã era um guerreiro famoso e perdido de amores por Juracê, da família dos Carijós.

Em um passeio no alto do Brejatuba, Itacunhatã achou que havia conquistado Juracê. Ao envolvê-la em seus braços, ela esquivou-se e saiu correndo. De repente, caiu do alto do morro, sendo engolida por uma onda. Ele então atirou-se para salvá-la, mas as ondas recuaram, ele foi de encontro às pedras e acabou morrendo.

O mar arrependeu-se e trouxe a jovem de volta para ser salva pelo guerreiro, que já não podia mais salvá-la. E assim o mar tem feito desde então, trazendo sempre Juracê em suas ondas, para que um dia seja salva por Itacunhatã.

MatinhosSerpente da figueira

Há muitos anos no canal do Milone (mil homens), no bairro Tabuleiro, existia um pé de figueira no qual vivia uma serpente. Era o caminho que as pessoas usavam para ir ao balneário Caiobá. Segundo contam, a serpente não deixava ninguém passar, assombrando-as. Hoje a figueira não existe mais, mas as pessoas contam que a serpente continua assombrando os moradores.

AntoninaCigana Bartira

Dizem que há muito tempo em Antonina, um grupo de ciganos acampou no local onde hoje fica a Praça Coronel Macedo. Uma jovem cigana chamada Bartira, filha do chefe dos ciganos, foi se refrescar mergulhando próximo ao local onde hoje ficam as ruínas Coronel Macedo. Contam que a moça tinha uma égua branca de cabeça preta, sua fiel companheira. Mas, naquela tarde, a pampa retornou sozinha ao acampamento. Preocupados, os ciganos buscaram pela jovem e a encontraram morta, afogada, após bater a cabeça em uma pedra.

Como a moça era cigana, o padre não permitiu que seu corpo fosse abençoado na igreja e enterrado no cemitério. Por isso, seus pais a sepultaram no próprio acampamento.

A pampa ficou muito triste, não saía de perto do local onde repousava Bartira. O animal foi vendido e os ciganos foram embora. Mas a égua continuou vagando à procura da dona, até aparecer morta no local onde hoje está o coreto da cidade.

Com sua pelagem, corpo branco e cara preta, certas noites o que se via era uma pampa-sem-cabeça. Algumas pessoas dizem que a ouvem batendo os cascos pela praça, onde, por vezes, a cigana Bartira aparece para matar as saudades de sua companheira.

Fonte: Lendas e Contos Populares do Paraná (2005), Cadernos Paraná da Gente, n.o 3 – Governo do Estado do Paraná.

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