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Na alta temporada, cerca de uma tonelada de latas de bebidas, ou 65 mil unidades, é descartada diariamente no Litoral paranaense. Para descobrir para onde vai todo este material – que demora cerca de 100 anos para se decompor –, foram consultadas pessoas que trabalham com lixo reciclável no Litoral. No final, uma conclusão: muitos intermediários são necessários para que a latinha retorne ao mercado, mantendo o Brasil como líder mundial na reciclagem desse item. Confira todo o caminho.

1 - O consumidor

Após sair do mercado, o percurso da latinha segue pelas mãos do consumidor. Como não há coleta seletiva no Litoral, a reciclagem depende dos catadores. No entanto, segundo Marcio Fernandes, administrador da Associação dos Coletores e Selecionadores de Resíduos Sólidos de Matinhos (Ancresmat), já é difícil encontrar latinhas no lixo, já que muitas pessoas estão guardando para vender.

2 - O catador

Os catadores de material reciclável aproveitam a alta temporada para garantir a renda. Isto porque um quilo de latas de alumínio rende R$ 1,50 para eles, valor até 55 vezes maior do que de outras sucatas. O trabalho destas pessoas contribui para que o Brasil seja líder de reciclagem no mundo, com mais de 95% de latas recicladas, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas).

3 - A associação

Após recolherem as latinhas, os catadores podem vendê-las em diversos pontos de compra, como ferros-velhos, ou até para artesãos. Ancresmat – que tem mais de 300 associados – é referência em Matinhos há quatro anos. Como muito deste material é exportado no final do processo (o alumínio é uma commodity) o preço depende do dólar.

4 - O primeiro intermediário

Há mais de 30 anos no mercado, é a GMCC Metais, de Paranaguá, que recolhe todo este material de Matinhos e de vários locais no Litoral. Lá elas são limpas antes de serem compactadas, o que facilita o transporte, já que uma lata prensada é sete vezes menor do que uma inteira. O quilo de alumínio é vendido a uma preço médio de R$ 2,75.

5 - O segundo intermediário

Todo o material coletado pela empresa de Paranaguá, além de outras empresas do ramo, é encaminhado a um Centro de Reciclagem e Gestão Ambiental de Resíduos, em São José dos Pinhais. Como nem sempre as latas chegam no padrão necessário para a siderurgia e não existe no Paraná uma empresa que faça a fundição do alumínio, o trabalho feito na capital é praticamente o mesmo, de limpeza e prensagem. A partir deste ponto, os valores de venda não foram revelados.

6 - O fim do ciclo

As latinhas são encaminhas para o estado de São Paulo. A multinacional Novelis, de Pindamonhangaba, faz a fundição de 8 bilhões de latas por ano, transformando-as em chapas de alumínio. As 100 mil toneladas recicladas são vendidas totalmente para produtoras de latas. Assim fecha-se o ciclo que transforma o lixo em novas latas, gerando empregos e preservando o meio ambiente.

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