Se apertar, não tem banheiro

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Matinhos - O veranista que precisa ir ao banheiro nas praias do Paraná pode ter alguns contratempos, dependendo do município. Ter de andar mais até encontrar sanitários, desembolsar uma taxa em dinheiro, pedir para usar o banheiro do comércio ou enfrentar sanitários químicos com mau cheiro são alguns dos incômodos.

Dos três principais municípios de veraneio do Litoral – Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná – a situação mais complicada é verificada nos balneários de Pontal, onde não há banheiros na orla.

No Balneário de Ipanema, procurar as lanchonetes próximas da praia é a única opção aos veranistas, já que os banheiros químicos da orla ficam trancados. Somente os guarda-vidas podem usá-los. A auxiliar administrativa Soraya Schwartz, por exemplo, teve de pagar R$ 1 ontem para usar o banheiro de uma mercearia. "É chata essa situação. Deveria ter banheiro público a quem vem à praia", diz.

Os comerciantes também reclamam da falta de banheiros públicos em Ipanema. "A cada duas horas tenho de mandar limpar o banheiro do meu estabelecimento. Gasto de R$ 3 mil a R$ 4 mil por temporada para manter o banheiro limpo", afirma Manoel Cardoso Alves, proprietário de uma lanchonete. Já o também comerciante Samuel Ferrarini colocou um aviso na porta dos banheiros avisando da cobrança de R$ 3 para as pessoas que não são clientes poderem usar o banheiro. "Botei a placa para coibir abuso", diz.

O prefeito de Pontal do Paraná, Rudisney Gimenes, reconhece que não existe estrutura deste tipo no município e ele mesmo recomenda que o veranista use o banheiro do comércio por enquanto. Segundo o prefeito, poderão ser construídos banheiros públicos na orla quando houver rede de esgoto disponível.

Já a diretora de Meio Ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa, afirma que algumas regiões da orla de Pontal já têm rede de esgoto. O prefeito responde que essas ligações são recentes e que está analisando os locais para a construção de banheiros públicos.

Em Matinhos, na praia de Caiobá, além dos sanitários químicos, há um banheiro público na orla, no qual é cobrado taxa de R$ 1 para ser utilizado. O problema, no entanto, é o mau cheiro em alguns momentos do dia. Por causa disso, poucos veranistas utilizam os banheiros químicos. "Acho até meio anti-higiênico. Passei na frente e o cheiro estava insuportável", diz o policial Ezequiel Soares, de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, que passa férias com a família em Matinhos.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Matinhos, Sérgio Luiz Cioli, afirma que é feita limpeza diária dos banheiros químicos. "Após a revitalização da orla, cujo início das obras está previsto para março, teremos mais banheiros na praia", afirma o secretário.

Guaratuba

A melhor infraestrutura é de Guaratuba, onde há quatro banheiros públicos. Os sanitários estão limpos, há sabonete, papel-toalha e papel higiênico. Mas assim como em Matinhos, o usuário tem de desembolsar R$ 1 para utilizá-lo.

Moradores de Guaratuba dizem ficar incomodados com a cobrança, alegando que o recurso do Imposto sobre Propriedade Predial Territorial Urbana (IPTU) deveria ser utilizado nisso. Já os veranistas não reclamam da taxa. "R$ 1 não é nada pela limpeza", diz a aposentada Terezinha Malavazi. "Acho que é até melhor pagar para ter a coisa limpa", concorda a atendente de caixa Kelrin Trauchinski, de Ponta Grossa.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura da Guaratuba, o custo de manutenção mensal de cada banheiro é de R$ 4,3 mil e a taxa não cobre nem metade das despesas. Além desse, a prefeitura prevê para depois da tempora a construção de mais seis banheiros, com previsão de entrega para o próximo verão.