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Preserve os ninhos da tartaruga-gigante

Os sete ninhos da tartaruga-gigante em Pontal do Paraná foram cercados e também existem banners perto desses locais para alertar a população sobre a necessidade de preservação.

Os biólogos do CEM pedem que os veranistas ajudem a preservar os ninhos e que de forma alguma invadam os cercados. "O ninho de Barrancos foi pisoteado. A população deve nos ajudar para que isso não aconteça", afirma a bióloga Camila Domit, do CEM.

Se alguém observar que pessoas entraram nos cercados ou estão mexendo nos ninhos devem denunciar à Força Verde da Polícia Militar, que auxilia os biólogos do CEM nos cuidados com os ovos. O telefone é 0800-643-0304.

A orientação do CEM é que não se cave perto dos ninhos, para que a estrutura não seja modificada. "Se o veranista observar que existem pessoas próximas do ninho ou tentando invadi-lo, converse e explique sobre a necessidade de preservá-los. Ou então ligue para a Força Verde", explica a bióloga (FL).

Os biólogos do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), tiveram uma surpresa na manhã desta quinta-feira (28): avistaram a tartaruga-de-couro, conhecida como tartaruga-gigante, retornando para o mar após fazer o sétimo ninho nesta temporada em Pontal do Paraná. O fato ocorreu no Balneário de Atami-Sul, por volta das 6h15.

A tartaruga-gigante - espécie que corre risco de extinção - veio até as areias de Pontal Paraná oito vezes nesta temporada, e em sete oportunidades fez ninhos. O primeiro no dia 28 de novembro de 2009 e o último nessa quinta. Essa foi a terceira vez que os biólogos conseguiram observar o animal, anteriormente isso ocorreu em 5 e 16 de janeiro. "A tartaruga-gigante ainda poderá desovar três vezes no nosso Litoral. Ela faz até dez ninhos por temporada", explica a bióloga Camila Domit, do CEM. Cada ninho pode ter até cem ovos e não se sabe quantos serão fecundados.

Camila conta que todos os dias os biólogos do CEM medem a temperatura dos ninhos às 6 e às 18 horas, e na verificação matinal de hoje novamente encontraram o animal. A bióloga também explica que não é possível saber se a tartaruga desovou, pois se o ninho for mexido há risco de desmanchá-lo. A tartaruga-gigante prepara o ninho deixando as condições ideais para que os filhotes possam nascer. "Sabemos que em quatro ninhos há ovos e nos outros três não temos como saber", afirma.

Essa tartaruga tem 1,49 metro de carapaça, as maiores da espécie chegam a ter 1,8 metro.

Nascimento no Litoral do Paraná

A previsão é de que os nascimentos irão acontecer a partir de 10 de fevereiro. Esse fato será inédito, uma vez que não há registro de tartaruga-gigante no Litoral do estado. Segundo Camila, é comum que os ninhos sejam feitos no Litoral norte do Espírito Santo.

A bióloga explica que os sete ninhos foram feitos em uma extensão de dez quilômetros das areias de Pontal do Paraná, desde o Balneário de Barrancos até Pontal do Sul. A tartaruga-gigante procura áreas de restinga que fiquem mais longe da iluminação pública para desovar. "Quanto mais escuro estiver o local, maior será a probabilidade do animal confeccionar o ninho", destaca Camila. O monitoramento das tartarugas é feito desde 2007 pelo Laboratório de Ecologia e Conservação de Mamíferos e Tartarugas Marinhas do CEM, em parceria com o Projeto Tamar. Em 2007 a mesma tartaruga-gigante desovou no Litoral do Paraná, mas os ovos não foram fecundados.

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