Para quem não abre mão de cama macia e água corrente, dormir vários dias com outras pessoas em uma barraca de 4 metros quadrados pode soar como roteiro de reality-show. Porém, para os adeptos do camping que rumam ao Litoral na temporada, essa hospedagem é considerada um dos elementos mais divertidos das férias. Além da fácil mobilidade, a prática do acampamento proporciona uma interação mais intensa entre o grupo de amigos ou familiares. Tanto que estes grupos não demonstram qualquer predisposição para trocar os telhados de lona por um de alvenaria.
O motorista Renato Drabecki, de 45 anos, acampa todos os anos com a esposa Marilda, 49, e os filhos Lucas, 15, e Artur, 17. Vindos de Araucária, região metropolitana de Curitiba, eles passaram o último final de semana em uma área de camping em Pontal do Paraná, próximo à Praia de Leste. "Faz 25 anos que ficamos só em barraca. Já pensamos em comprar uma casa de praia, mas gostamos de poder ir a qualquer praia com facilidade. Casas geralmente precisam de muito cuidado e correm o risco de ser saqueadas", define Renato.
A barraca da família, com cerca de 12 metros quadrados e dividida em duas partes, é montada de forma a simular a uma casa. O cômodo de entrada, coberto com lona de caminhão, tem tapete, televisão e mesa para café. Ao fundo, dentro de uma barraca menor, ficam os quatro colchões de ar, emparelhados lado a lado. "No começo tínhamos apenas uma barraquinha simples, depois compramos mais itens e fomos incrementando", explica Renato.
Antes de alugar espaço em um camping, a família toma o cuidado de se informar sobre o perfil do local e as condições de infraestrutura. "Tem que escolher bem e ir a campings que são mais para famílias, além de terem bons banheiros", sugere Renato.
O casal Alisson Rodrigo Kutach, de 25 anos, e Emiliana Aparecida Kutach, de 31, convenceu familiares e amigos a embarcarem rumo a um acampamento em Matinhos, próximo à Praia Central. A van partiu de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, com nove pessoas e quatro barracas. "Os mais experientes trouxeram os outros", afirma Emiliana. Além dos passeios na praia, o grupo se diverte jogando cartas e conversando. "Sempre trazemos algumas coisas para proporcionar mais conforto, como colchão inflável e sanduicheira", revela.
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O policial rodoviário aposentado Walter Pinto Rosa, 60 anos, e a esposa Juvenilia, de 59, campistas há 12 anos, resolveram abandonar as barracas e montaram um acampamento sobre rodas. O caminhão baú de Walter, usado ao longo do ano para fazer mudanças e carretos, nas férias dá abrigo a um fogão, geladeira duplex, armário e beliche. Assim, eles passam de 20 a 30 dias por mês no Litoral agora estão em Praia de Leste. "Fiz muitas amizades aqui quando era policial. É um lugar que sempre me acolhe bem", avalia.
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