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1.100 quilômetros: em 16 horas de viagem foi quanto percorreram de ônibus particular até Guaratuba os 40 membros da família Gregorini, que vieram de Itaporã, Mato Grosso do Sul, passar o verão no Litoral do Paraná | Pedro Serápio / Gazeta do Povo
1.100 quilômetros: em 16 horas de viagem foi quanto percorreram de ônibus particular até Guaratuba os 40 membros da família Gregorini, que vieram de Itaporã, Mato Grosso do Sul, passar o verão no Litoral do Paraná| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo
  • 600 quilômetros: foi a distância percorrida por Jair Moreira (de camiseta vermelha), de Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo, até Matinhos, onde passa férias com a família por ser mais seguro do que no litoral paulista
  • Veja onde fica Itaporã, no Mato Grosso do Sul
  • Veja onde fica Paraguaçu Paulista, em São Paulo

Guaratuba - "Fica perto de onde?". A vendedora Elizene Gregorini e a professora Suzi Dias Gregorini olham-se, cúmplices, e respondem: "Perto de Dourados". Depois de cinco dias em Guaratuba, as duas se habituaram em explicar onde fica a cidade onde moram, Itaporã, no Mato Grosso do Sul.

Turistas como elas, vindos de outros estados, inclusive os mais distantes, como os do Oeste e Norte do Brasil, ainda são minoria nas praias paranaenses. "Entre 50% a 60% dos veranistas vêm de Curitiba e Região Metropolitana. De 10% a 15 % são do interior do estado. O restante divide-se entre estrangeiros e gente dos outros estados", diz o secretário estadual de Turismo, Celso Caron.

Apesar de poucos, os turistas de fora do estado começam a descobrir as praias paranaenses. Mesmo que para isso enfrentem verdadeiras jornadas para chegar ao Litoral, que podem levar mais de um dia na estrada.

Elizene e Suzi, por exemplo, levaram 16 horas para percorrer os 1,1 mil quilômetros entre Itaporã e Guaratuba. Lotaram um ônibus de turismo com 40 pessoas da família. O grupo veio para passar dez dias em Guaratuba e ocupou dez quartos de uma pousada. "Perdemos a conta de quantos quilos de comida compramos. Trouxemos até uma cozinheira", fala Suzi. O grupo saiu no começo da tarde de um dia, parou para almoçar em Maringá, no Norte do Paraná, e chegou ao Litoral no fim da tarde do outro dia. "Em cada parada para o banheiro, tínhamos de fazer chamada para ver se não faltava ninguém", diverte-se Suzi.

Os Gregorini trocaram Balneário Camboriú, em Santa Catarina, destino da família na temporada passada, pela tranquilidade de Guaratuba. "Aqui o clima é mais família", explica Elizene, com a cadeira de praia na água da Praia do Cristo, rodea­da pela família, em uma profusão de guarda-sóis, boias e pranchas de isopor.

Um dos fatores que tem atraído turistas de outros estados para as praaias daqui, aponta o proprietário da Pousada Lua Vaga, em Guaratuba, Miguel Facciolo, é a economia. "Os pacotes de férias do nosso Litoral são até quatro vezes mais baratos do que os do litoral de Santa Catarina e de São Paulo. E esses veranistas costumam vir em grupos grandes e ficam de oito a dez dias aqui", diz Facciolo.

Vindos de Cuiabá, capital do Mato Grosso, o funcionário público Ismael Macedo, a mulher Maria Clara Ferreira Macedo e o filho Matheus, 10 anos, encararam 1,9 mil quilômetros para chegar a Guaratuba. Fizeram o trajeto em um dia e meio, com apenas uma parada, em Marília, interior de São Paulo, onde dormiram e fizeram outras coisas, como consultar o mapa com a rota traçada em caneta marca-texto. "Era um tal de sair da BR, pegar rodovia estadual, parar para o pedágio, voltar para a BR, sobe em balsa, pega ferryboat", conta Ismael, motorista da viagem. "Mas vale a pena. O mar é encantador", diz. E divertido, na opinião de Matheus, que adorou o passeio de banana boat no mar nos sete dias de estadia.

Segurança

A família do técnico agropecuário Jair Moreira viajou menos da metade que os Macedo: foram 600 quilômetros de Paraguaçu Paulista (SP) até Matinhos. "Estamos na casa de um amigo e gostando muito. É impressionante a segurança do lugar", diz ele, que está habituado às histórias de furtos nas areias do litoral paulista. Moreira veio para o Litoral paranaense com a mulher, Anézia, a filha Gabriela, 8 anos, o sogro Pedro Ribeiro e a amiga da família Aline, 14 anos. "Pena que as praias do Paraná ainda são pouco divulgadas nos outros estados, porque vale a pena vir para cá", revela o técnico agropecuário.

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