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Acordar e dormir mais tarde são algumas regalias concedidas às crianças na época de férias, principalmente na praia. Com a volta às aulas, no entanto, é preciso retomar a rotina. O problema é que nem sempre a readaptação é simples. Há casos em que as crianças apresentam sonolência, irritabilidade e até insônia.

O médico neuropediatra Antônio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe, explica que os pais devem ficar atentos ao comportamento das crianças. Os problemas com o sono podem estar relacionados somente ao ritmo biológico de cada um e é isso que ocorre na maioria dos casos. "Assim como acontece com o horário de verão, por exemplo, algumas pessoas precisam de um prazo maior para se acostumar com a mudança", afirma o médico.

Para aquelas que ainda não retornaram às atividades normais, a orientação do médico é para que os pais comecem a fazer com que as crianças voltem aos seus horários normais. Ela deve ser acordada 15 minutos mais cedo, depois 30 minutos, uma hora antes, até que se atinja o horário habitual. Essa medida diminuirá os impactos da volta às aulas, principalmente para quem estuda pela manhã.

Os pais também devem voltar a determinar os horários das refeições e do momento de ir para cama. Na praia, muitas vezes os veranistas "pulam" refeições ou não têm horários estabelecidos. A volta às aulas exige que esse comportamento seja alterado.

"As crianças precisam ser condicionadas para retomar à rotina da escola e das demais atividades a que estavam acostumadas", explica Farias. É comum que quem estuda pela manhã tenha sono nos primeiros dias ou fique um pouco irritado.

Os pequenos que estudam no período da tarde também devem ter um planejamento para a manhã. Farias aconselha que os pais desenvolvam atividades educativas com elas. Como ainda não existem tarefas da escola, o ideal é envolvê-las por 30 minutos ou uma hora em algo que seja prazeroso e ao mesmo tempo educativo.

Se as aulas já começaram, os pais precisaram fazer um esforço maior para organizar a agenda das crianças. O período de readaptação tem de ser mais curto, por isso o controle com os horários deve ser mais rígido. O mesmo vale para as atividades de lazer. O tempo na internet, em frente à televisão e ao videogame precisa ser reduzido, principalmente à noite.

Segundo o médico, é preciso ter atenção se os sintomas persistirem por muito tempo ou estiverem muito acentuados. O neuropediatra afirmou que os pais precisam descobrir qual é o fator que desencadeia a alteração de comportamento. "Existem crianças que apresentam transtornos de humor, com relação ao sono e até depressão nessa época do ano. Os pais devem conversar com elas e saber o motivo. Pode ser que exista, por exemplo, algum problema na escola", orienta.

O próximo passo é ajudá-las na resolução desse problema. Uma dica é consultar um pediatra ou um psicólogo. Ele irá avaliar o caso e encaminhar para um especialista, se julgar necessário.

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