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Especialista desaprova volume do som mais alto nas ruas

O coordenador do Laboratório de Acústica Ambiental, Industrial e Conforto Acústico da Universidade Federal do Paraná, Paulo Henrique Trombetta Zannin, acredita que o aumento do limite de decibéis no comércio de rua será perturbador. "Para as pessoas que já estão nestes ambientes extremos é um poluidor a mais", afirma. Ele defende fazer entrevistas com a população e medições sonoras antes de se propor a mudança.

Proprietário de uma academia próxima a lojas de móveis que anunciam as ofertas no microfone, Ananias Paulo Sobrinho é contra a medida. "No sábado vai ficar complicado. Se já é, imagina se todas as lojas juntas ‘falarem’ mais alto." Uma balconista que prefere não se identificar também é contra a proposta. "O que mais me incomoda é o locutor. Eles precisam disso para trabalhar, mas acho que nem sabem como o barulho é chato para a população", diz.

Enquanto entidades como o Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Paraná (Sepex/PR) pedem mais rigidez na fiscalização da publicidade sonora voltada às ruas, em Curitiba, o vereador Sérgio Ribeiro (PV) propõe um aumento do limite sonoro para os locutores que anunciam as ofertas dos estabelecimentos comerciais. O objetivo da proposta, que tramita na Câmara Municipal, é alterar o delimitador de 65 decibéis da legislação em vigor. "Para os locutores do comércio, trabalhar com 65 decibéis é um nível baixo para se alcançar objetivos de promoção e produção", afirma.

O vereador, filiado ao Partido Verde, acredita que o aumento do limite pode coibir os abusos e, conseqüentemente, diminuir a poluição sonora. "Pretendemos alterar a legislação e chegar a um acordo." A proposta não especifica qual poderá ser o aumento do limite sonoro.

O presidente da Associação Nacional dos Locutores e Apresentadores de Eventos e Comércio (em fase de implantação), Aramis Tabajara, acredita que o limite poderia chegar, pelo menos, a 75 decibéis. "Gera mais barulho, mas os decibéis serão respeitados. A gente não quer infringir a lei, mas poder ter vendas para o comércio", afirma. "Cumprimos a lei direitinho, como tem de ser feito, e o comércio não vai ser fechado por causa disso."

A Associação Comercial do Paraná (ACP) não possui um posicionamento sobre o assunto mas, segundo a presidente Avani Slomp, cada empresa tem sua opção de marketing. "É um assunto que tem de ser visto com atenção. Até então nem tínhamos percebido que o som alto acaba incomodando."

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