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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Ameaças de morte

Os coordenadores da Via Campesina, Celso Barbosa e Célia Aparecida Lourenço, solicitaram proteção policial nesta quarta-feira.

Segundo a assessoria de imprensa do MST, eles também estariam sendo ameaçados de morte, desde a mesma época em que o líder do movimento morto durante o confronto, Valmir Mota de Oliveira, o Keno. Vlamir registrou boletim de ocorrência em março deste ano.

Segundo informações da Agência Estadual de Notícias, os telefonemas ameaçadores foram anônimos e feitos para o número da Secretaria do MST, em Cascavel. "A recepcionista atendeu as ligações da pessoa avisando que nós iríamos morrer", disse Barbosa.

A Via Campesina, que congrega movimentos de trabalhadores rurais sem-terra, está contestando nesta quarta-feira (24) a entrevista dada por Janete Brites ao ParanáTV, 2ª edição, que foi ao ar na noite de terça-feira (23). A mulher é identificada na reportagem como coordenadora da Via Campesina.

Janete afirmou que no confronto do último domingo (21) na fazenda experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, os sem-terra usaram uma das armas dos seguranças contratados pela empresa. Em sua entrevista, a sem-terra diz que "naquela hora de desespero a gente tenta se defender".

A assessoria de imprensa do Movimento Sem-Terra (MST), confirmou que Janete é integrante do MST e está acampada na região, mas que a versão dela não se sustenta. "Janete Brites não é dirigente, liderança, nem integrante de qualquer instância da Via Campesina; não estava na Syngenta no momento do ataque dos pistoleiros da empresa de segurança NF e não tem elementos para fazer qualquer depoimento a respeito do caso", diz a nota.

O texto informa ainda que nove pessoas da Via Campesina prestaram depoimentos à Policia Civil até o momento. "Todos afirmaram que apenas os seguranças atiraram e não houve nenhum ato de violência por parte dos trabalhadores rurais".

Investigações

A polícia de Cascavel ainda investiga como e quem iniciou o tiroteio. Dezenove pessoas já prestaram depoimentos. "Passados alguns dias, começam a surgir informações e a polícia vai recebê-las, processá-las e trazê-las para o inquérito", disse o delegado Amadeu Trevisan, que conduz o caso.

Na tarde de terça-feira, Nercy Freitas, o dono da empresa NF Segurança, contratada pela Syngenta, prestou depoimento à polícia. Ele foi indiciado por homicídio e se defendeu. "Fomos lá (para a fazenda) para negociar porque tinha um refém nosso e pegar nossos equipamentos de segurança, mas fomos recebidos a bala e aconteceu o que aconteceu", disse.

A fazenda permanece ocupada pelos sem-terra, que lacraram o portão da entrada com arame farpado. Somente integrantes do movimento conseguem entrar. A Syngenta estuda ingressar com novo pedido de reintegração de posse na Justiça.

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