Vigilância Sanitária apreende produtos irregulares para alisar cabelo

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Durante vistoria iniciada nesta terça-feira (25) em aproximadamente 90 salões de beleza de Curitiba, a Vigilância Sanitária da capital apreendeu cinco produtos irregulares utilizados para alisamento de cabelos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dois deles pertenciam a lotes de produtos cuja quantidade de formol encontrada foi superior à permitida pela Anvisa. Os outros quatro faziam parte de lotes que apresentaram irregularidades nos rótulos.

A fiscalização teve início após o órgão divulgar nesta segunda-feira (24) que onze marcas de produtos encontradas em estabelecimentos estéticos de Curitiba apresentaram alterações tanto no nível de formol aplicado no produto como nas informações contidas nos rótulos das embalagens. Além dos produtos apreendidos nesta segunda, a secretaria informou que os técnicos encontraram diversos produtos das mesmas marcas, porém com lotes diferentes, mas mesmo assim foram orientados sobre a importância de devolver estes produtos aos fabricantes.

Entre os produtos listados pela SMS, três pertencem a empresas instaladas no Paraná. São eles: Lisse Tratamento Capilar Europeu Etapa 2, da empresa Peniel Cosméticos, em Curitiba; e Nectarium anti-volume 2, da Alzira Mannrich Kindlein Me, em Pinhais. Em ambos foi encontrada quantidade elevada de formol. No produto Condicionador Tratamento Progressivo Elegance/Sofistik In Hair, da Alquiminas Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda., em Londrina, a data de fabricação que constava no rótulo (24/11/2011) era anterior à data em que foi concedida permissão de comercialização pela Anvisa (29/03/2012).

O consultor técnico da empresa Alzira Mannrich Kindlein Me, Rubens Squioquet, informou que o produto listado pelo município é fabricado sem nenhuma quantidade de formol para a empresa Santa Marta Cosméticos. Ele disse ainda que a formulação da mercadoria não tem poder de alisamento e que, se foi detectado a presença de formol, a adulteração pode ter ocorrido na empresa Santa Marta ou no próprio salão de beleza. A reportagem não conseguiu contato com ninguém da Santa Marta Cosméticos para comentar o assunto.

A empresa Alquiminas Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda. informou que fabricou apenas um lote do Condicionador Tratamento Progressivo Elegance/Sofistik In Hair em abril de 2012 e que a data contida na embalagem encontrada pela SMS pode ser de um produto falsificado, no qual foi utilizado o nome da empresa.

Nenhum telefone ou endereço da Peniel Cosméticos, supostamente localizada em Curitiba, foram encontrados pela reportagem, inclusive no site da empresa.

De acordo com a SMS, os produtos dos quais foram retirados as amostras estavam fechados e ainda não haviam sido manipulados pelos funcionários dos salões.

Outros produtos

Além dos três produtos paranaenses, na lista divulgada pela Vigilância Sanitária de Curitiba também constam os seguintes tratamentos irregulares:

-Tratamento Capilar Marroquino Cítrico e Tratamento Capilar Marroquino Inoar, ambos da Biotype Indústria e Comércio de Cosméticos Ltda (quantidade de formol superior à permitida);-Máscara Reconstrutora Catiônica Lindorel, da Le Pieri Cosméticas Ltda.(quantidade de formol superior à permitida);-Kera-X Restauração Instantânea – Agi Max, da RH Cosméticos (quantidade de formol superior à permitida);-Tratamento de Queratina Boost K Hair, da MilevaGroupe (quantidade de formol superior à permitida);-Recondicionador Térmico Express London, da Mary Hill Perfumes Ltda. (quantidade de formol superior à permitida);-Gel Redutor Suaviza Cachos e Volumes, da Eiffel Cosméticos (problemas na rotulagem);-Selante Máscara Reconstrutora/Eiffel Cosméticos, da Farmoderm Cosméticos Ltda. (problemas na rotulagem).

Outro lado

A Le Pieri Cosméticos Ltda. Informou, por meio de nota, que não faz uso de formaldeído em nenhum de seus produtos e ressaltou que a Máscara Catiônica Lindorel, bem como os demais itens da linha, não contém tal substância. A empresa disse ainda que "qualquer alteração encontrada em nossos produtos no mercado fora de nossos padrões de qualidade pode ser justificada pelo adicionamento de matérias-primas indevidas no produto por terceiros não relacionados com a empresa, uma vez que nossas formulações seguem os padrões da Anvisa".

A S’ollér Brasil, responsável pela RH Cosméticos, informou que os seus produtos são devidamente autorizados pelo Ministério da Saúde e que o formol contido em alguns de seus produtos atende a função de conservante no limite máximo de 0,2%.

Em nota, a empresa Mary Hill Perfumes afirmou que não utiliza formol na formulação do produto em questão.

A assessoria de imprensa da Eiffel reconheceu o defeito na rotulagem do Gel Redutor Suaviza Cachos e Volumes, mas disse que a empresa não é a fabricante dos produtos, pois toda a fabricação seria terceirizada em cinco unidades fabris no interior de São Paulo. A empresa informou que uma das terceirizadas utilizou um rótulo antigo no produto que foi analisado, mas que o departamento técnico da Eiffel Cosméticos já notificou a fábrica, e os próximos lotes do produto sairão com os rótulos novos.

A reportagem não conseguiu localizar representantes da empresa MilevaGroupe no Brasil para falar sobre o assunto. As demais empresas citadas não haviam retornado o contato até as 18h30.