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Louise foi morta em 31 de maio |
Louise foi morta em 31 de maio| Foto:
  • Élvis de Souza é acusado de efetuar o primeiro disparo contra a vítima
  • Segundo a polícia, Márcia do Nascimento planejou a execução por vingança
  • Fabiana de Oliveira também foi indiciada pelo crime
  • Na sexta-feira (15), polícia realizou reconstituição do crime

A universitária Louise Sayuri Maeda, assassinada em maio deste ano, foi morta por vingança. A conclusão é do delegado Marcelo Lemos de Oliveira, que deu detalhes sobre o fim das investigações em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (18). Os três acusados de participação no crime foram indiciados por homicídio qualificado e por ocultação de cadáver, e permanecem presos.

Louise, que era supervisora de uma iogurteria na qual trabalhavam duas suspeitas, estaria descontente com a conduta profissional de uma delas: Márcia do Nascimento, de 21 anos. Segundo o delegado, no início de maio, Louise descobriu uma série de irregularidades cometidas pela colega e sugeriu aos proprietários da empresa que demitissem a funcionária. "Márcia tinha verdadeiro ódio de Louise, embora disfarçasse, fingindo-se de amiga. Foi ela quem arquitetou todo este plano de vingança", disse o delegado.

Dentre as irregularidades cometidas por Márcia, estariam pequenos desvios do caixa da empresa. "Eram valores pequenos, de até R$ 30 por dia, que estavam dentro da margem de erro da contabilidade e que, por isso, não foram detectados em auditoria", explicou Lemos de Oliveira.

O crime

Segundo a polícia, Márcia convenceu sua colega Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, a convidar a vítima para ir a um barzinho. No dia 31 de maio, Louise e Fabiana deixaram juntas o Shopping Mueller, onde fica a iogurteria em que trabalhavam. Elas entraram em um Gol, onde Márcia e o outro acusado – Elvis de Souza, de 20 anos – as esperavam.

Eles seguiram até o bairro Campo de Santana, onde Márcia simulou passar mal. Fora do carro, Louise foi levada a um ponto isolado, onde foi executada. Segundo o delegado, Élvis encostou a arma na cabeça da vítima e efetuou o primeiro disparo. Márcia teria tomado o revólver e atirado uma segunda vez. Em seguida, os dois teriam jogado o corpo de Louise no Rio Iguaçu. O cadáver foi encontrado 17 dias depois, em avançado estado de decomposição, em uma cava do rio.

De acordo com o relatório final da polícia, Fabiana permaneceu no carro durante a execução. Mesmo assim, os três foram indiciados pelo crime. "Ela [Fabiana] aderiu sua conduta ao homicídio praticado. Ela assumiu o risco e concorreu para a prática do homicídio", apontou Lemos de Oliveira. A prisão preventiva dos acusados foi expedida pela Justiça no sábado (16). Os três devem ficar presos até o julgamento.Vítima "virtual"

As investigações apontam que outra funcionária da iogurteria, que também sairia com o grupo na noite da execução, também seria assassinada. A mulher – que não teve a identidade revelada – desistiu de ir ao barzinho na última hora, porque teria tirado nota baixa em uma prova da faculdade. "Essa vítima ‘virtual’ acabou escapando da morte, porque, em depoimento, Elvis [de Souza], disse que essa outra funcionária também seria morta, como queima de arquivo", disse o delegado.

Embora os detalhes tenham sido revelados somente nesta segunda-feira, o inquérito policial foi concluído na quarta-feira (13) e, segundo Lemos de Oliveira, está embasado em provas "robustas e consistentes". Se condenados por homicídio qualificado, cada um dos três acusados pode pegar de 12 a 20 anos de reclusão. A pena prevista para ocultação de cadáver é de 1 a 3 anos, segundo o delegado.

Para auxiliar em um eventual júri popular, a polícia realizou, na noite de sexta-feira (15), uma reconstituição simulada dos fatos. O procedimento foi realizado com base no depoimento de cada um dos três acusados.

Relembre o caso

Louise desapareceu em 31 de maio após sair do trabalho. Ela era supervisora de uma iogurteria em um shopping da capital.

O corpo foi encontrado no dia 17 de junho em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. O cadáver trajava as roupas que a universitária usava quando desapareceu, mas como estava em avançado estado de decomposição, o reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico (de confronto de digitais) no IML.

Márcia e Fabiana foram detidas na madrugada seguinte à confirmação da morte da universitária, suspeitas de participar do assassinato com a ajuda de um rapaz. Élvis se entregou à polícia somente no dia 23 de junho, mesma data em que a família fez a cerimônia de despedida e que o corpo de Louise foi cremado.

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