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Torre de 162 metros não sai do papel

Julho de 2007 não marca apenas os 104 anos do Marco das Três Fronteiras. Para esta mesma data estava prevista a inauguração de uma torre de 162 metros no local, cujo projeto representaria uma revitalização da área e o aumento do potencial de visitação. Anunciada no final de 2005, a torre não saiu do papel. A obra está emperrada por questões jurídicas, segundo a empresa vencedora da licitação. O projeto prevê um restaurante giratório com capacidade para 140 pessoas, além de três elevadores. (DP)

Foz do Iguaçu – Símbolo do encontro dos territórios do Brasil, Paraguai e Argentina, o Marco das Três Fronteiras completou, no último dia 20 de julho, 104 anos de fundação. Mas os constantes assaltos a turistas que visitam o obelisco verde-amarelo não são motivos para festa. A violência na região está tirando o Marco do roteiro turístico da cidade, que recebeu no ano passado 950 mil visitantes. Foz do Iguaçu é o segundo destino brasileiro de turistas estrangeiros, e muitos estão deixando de admirar a singular vista do encontro dos rios Iguaçu e Paraná, onde o obelisco está instalado, por causa dos assaltos.

Os ladrões abusam da ousadia e atacam principalmente na estrada que dá acesso ao local. O Marco das Três Fronteiras fica a seis quilômetros do centro de Foz do Iguaçu, no bairro Porto Meira. Para chegar até lá, o visitante passa por um trecho da rodovia de quase um quilômetro, cercado de pinheiros. O que era para ser mais uma bela paisagem a ser admirada é usado como esconderijo para os assaltantes, que abordam os veículos para roubar dinheiro e objetos dos turistas.

Em uma das ocorrências registradas neste mês, a vítima foi a embaixadora da Coréia do Sul no Brasil, Kidae Kim. Ela teve a filmadora roubada. A polícia agiu e conseguiu recuperar o objeto, prendendo dois suspeitos do crime, incluindo um adolescente.

Quem ainda arrisca levar turistas para ver o obelisco, recorre à Guarda Municipal: os poucos guias de turismo que insistem em incluir um dos mais tradicionais atrativos no roteiro solicitam escoltas especiais para acompanhar os visitantes. No ano passado, foram feitas duas escoltas. Em 2007, três.

Temendo o perigo, boa parte dos turistas cruza a fronteira e visita o Marco na Argentina, onde não há problemas de segurança e a vista é tão especial quanto do lado brasileiro. Há ainda uma réplica do monumento em território paraguaio.

O presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Paulo Angeli, está preocupado com a situação. Ele já solicitou às autoridades policiais reforço na segurança do Marco e diz que se o problema persistir o Comtur será obrigado a providenciar um outdoor para informar os turistas sobre o risco de visitar o lugar. "Se as forças de segurança não tomarem medidas, teremos de, por ética, informar aos turistas que o local não é seguro", diz. Segundo ele, informalmente o local já não é recomendado para passeios.

O diretor da Guarda Municipal Rudnei Bonifácio diz que diariamente um guarda permanece no local das 7 às 19 horas para manter a segurança. Mas como a maior parte dos assaltos ocorre na estrada, o problema permanece. "É difícil colocar uma equipe lá porque há outras áreas da cidade em risco", diz.

A estrutura disponível no Marco das Três Fronteiras é simples. Há uma loja de presentes e meia dúzia de ambulantes que vendem relógios, óculos e camisetas aos turistas. Uma das vendedoras, que não quis ser identificada, diz que o fluxo de visitantes tem caído a cada ano. Não há controle de visitação, mas os vendedores do local estimam que, em épocas de alta temporada, cerca de cem pessoas visitam o atrativo ao dia.

Para a empresária Tônia Farias, cuja família é proprietária da única loja do local há 40 anos, se a estrutura de receptivo fosse melhor, o Marco ainda seria uma das maiores atrações da cidade.

No mesmo local, há o Espaço das Américas, um auditório construído no governo Jaime Lerner. A obra era para ser um ponto de referência para eventos do Mercosul, mas hoje está sub-utilizada.

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