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Com a crença de que o país todo a enxerga como um "demônio", a médica Virgínia Soares de Souza, suspeita de antecipar a morte de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba, se defendeu das acusações em entrevista ao programa Fantástico, exibido na noite de ontem. "Eu nunca abreviei a vida de ninguém", disse. Na gravação, feita pela RPC TV, ela explica o uso de termos que aparecem nas investigações policiais. Afirmou que "ir com o paciente" significava um desabafo, quando o médico perdia um doente e admite que falar em "desentulhar a UTI" foi "uma infelicidade".

O principal ponto da reportagem é a contestação que o cardiologista José Eduardo Siqueira, membro da Associação Internacional de Bioética, faz ao uso do medicamento Pavulon. Ele afirma que a medicação só deve ser aplicada em pacientes ainda não entubados, justamente para facilitar o funcionamento do aparelho de respiração. Já os casos investigados pela polícia apontam que a substância (paralisante de músculos, inclusive usados na respiração) era ministrada pouco antes da morte e com a pessoa já entubada.

Virgínia aguarda o julgamento em liberdade, depois de ficar um mês presa no início do ano. Ela e mais três médicos e duas enfermeiras do hospital são acusados de homicídio e formação de quadrilha. A polícia e o Ministério Público investigam também mais de 300 mortes consideradas suspeitas na mesma UTI, entre 2006 e 2013.

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