O vírus da gripe aviária estaria mais resistente e já seria capaz de sobreviver em ambientes úmidos e com temperaturas mais elevadas, alertaram nesta terça-feira os principais especialistas mundiais em influenza, exortando os governos mundiais a não abaixarem a guarda contra o H5N1.
Segundo Robert Webster, especialista do Hospital Infantil St Jude, em Memphis, nos Estados Unidos, é um erro subestimar o vírus, que teve a sua primeira transferência de aves para humanos documentada em 1997, em Hong Kong.
- A influenza é mais resistente ao calor do que as pessoas pensam, principalmente em condições úmidas - alertou. - Em testes realizados em 1997, o vírus foi morto aos 37º C, em dois dias. Em condições úmidas, o H5N1 pode ficar vivo por pelo menos uma semana - disse na véspera da conferência sobre gripe aviária organizada pela revista médica Lancet, em Cingapura.
Antes, os cientistas acreditavam que o vírus fosse mais ativo e transmissível nos meses mais frios, de outubro a março, especialmente no hemisfério norte (mais frio).
Webster disse que a versão do vírus resistente ao calor já estava circulando em patos no Vietnã, Indonésia e China em 2004 e 2005, e que especialistas terão que fazer testes para detectar se esta variação está circulando agora na Índia, África, Europa e em partes do Oriente Médio.
Desde que ressurgiu na Ásia, no final de 2003, o vírus infectou 205 pessoas, matando 113 delas. Nos últimos meses ele disseminou-se da Ásia para partes da Europa, do Oriente Médio e da África.
A rápida adaptação do vírus na água tem implicações graves, porque água não tratada pode não ser segura, disse Webster.
- Isso significa que a água usada para as galinhas, a água onde pessoas nadam e a água reservada para aldeias devem ser tratadas - afirmou o especialista.
Outros especialistas também pediram ação para romper a cadeia de transmissão do vírus, que reside em grande parte nas 150 bilhões de aves domésticas e nas 50 bilhões de aves migratórias do mundo.
- É possível romper a cadeia de transmissão para a população humana. A melhor maneira é protegendo as aves domésticas das aves migratórias. Ou separando os humanos de aves domésticas - disse John Oxford, virologista do Royal London Hospital.
O especialista Kennedy Shortridge pediu uma mudança na maneira como as aves são criadas em partes da Ásia, onde patos crescem em campos de arroz e ao lado de galinhas.
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