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Dois Fiat Uno roubados há mais de uma década foram recuperados pela polícia na Ponte da Amizade | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Dois Fiat Uno roubados há mais de uma década foram recuperados pela polícia na Ponte da Amizade| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Nacionalidade

70% dos detidos pela polícia com veículos furtados são brasileiros

Levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indica que 70% dos presos com veículos furtados e roubados é de origem brasileira. Somente neste ano, 158 pessoas, das quais 112 brasileiros e 46 estrangeiros, a maior parte paraguaios, foram detidos com veículos roubados. No mesmo período de 2012, o total chegou a 222.

O crime de receptação é afiançável. No entanto, se a pessoa já tiver antecedentes ou condenações, não é possível arbitrar o benefício. Já quem é flagrado conduzindo veículo roubado ou furtado também não tem direito à fiança.

Em janeiro deste ano, outro casal de Foz do Iguaçu ficou acampado na Ponte da Amizade em busca do carro roubado. Eles permaneceram no local durante oito dias, desistiram de esperar e acabaram encontrando o veículo, sem bateria e som, em uma rua da cidade.

Os automóveis mais visados pelos ladrões são caminhonetes e veículos simples, incluindo o Uno e o Gol. Quando não vão para o Paraguai, os carros acabam em desmanches.

Fazer plantão na Ponte da Amizade para recuperar o carro que acabou de ser furtado tornou-se uma prática comum na fronteira. A via, que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, é considerada um dos principais corredores de veículos roubados do Brasil para o Paraguai.

A mais recente tentativa de reaver o próprio carro partiu do vendedor Cleonir Lunardi. Ele teve o Fiat Uno ano 96 furtado por volta das 20h50 do último dia 13 em frente ao shopping center de Foz. Quando saiu do estabelecimento e sentiu falta do carro, por volta das 23 horas, não teve dúvida. Correu para a Ponte da Amizade, onde a Polícia Rodoviária Federal (PRF) mantém um posto de controle.

Por vários dias, Lunardi e a família fizeram plantão dia e noite na aduana brasileira, apesar de a PRF já estar avisada. A família se revezava, sempre em dupla. Uma hora era ele e a esposa, outra o sogro e a sogra ou vizinhos. Apesar do esforço, o resultado não foi promissor. O carro, adquirido há quatro meses após muita economia da família e que não tinha seguro, não foi encontrado. "Foi suado comprar um carrinho melhor", diz Lunardi. Ele agora só conta com um Fiat Prêmio da empresa para circular.

O rapaz até aguardava um contato dos ladrões com um pedido de resgate do automóvel, situação comum em Foz, mas nem isso aconteceu.

O inspetor da PRF, Luiz Gênova, diz que a prática de permanecer na aduana para avistar o carro furtado é arriscada porque pode haver confronto entre policiais e ladrões. No mês passado, a PRF instalou na aduana um dilacerador de pneus, para barrar veículos abordados que tentam escapar da fiscalização. No entanto, o equipamento só é acionado quando os motoristas não respondem a ordem de parar da polícia.

Recuperação

De janeiro a 18 de novembro deste ano, a PRF recuperou 219 veículos na Ponte da Amizade. No mesmo período do ano passado, foram 180. Entre os carros resgatados estão dois Fiat Uno com placas paraguaia roubados há mais de uma década. Um dos veículos foi furtado em Cascavel, em 1994. Outro em Caxias do Sul (RS), no ano de 2001.

Segundo a PRF, os condutores dos dois veículos não mostraram resistência porque possivelmente adquiriram os carros ilegalmente no Paraguai. Como foram furtados há mais de 10 anos, provavelmente foram emplacados entre os anos de 2000 a 2005, quando vigorou no país uma lei que legalizava carros, sem a necessidade de comprovar a procedência. Boa parte desses carros foram vendidos para terceiros, que pagaram para ter os veículos.

Os dois Uno estão no pátio da 6.ª Subdivisão Policial e serão submetidos à perícia para identificar a procedência e os proprietários. Só após a perícia é que a polícia entrará em contato com os proprietários.

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