A explosão que atingiu uma pizzaria na madrugada desta segunda-feira, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, deixou sete pessoas feridas e, por enquanto, não há relatos de mortes. Seis pessoas foram levadas para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. As vítimas da ocorrência contaram que viveram momentos de pânico. Algumas delas chegaram a ficar presas nos escombros por três horas.
A dona do restaurante Estrela de Lisboa, que fica próximo ao local da explosão, Maria Fernanda Lopes Marques, de 63 anos, lamentou a interdição do estabelecimento e disse que teve sorte de ficar viva. Ela mora em um imóvel nos fundos do restaurante com o marido e pensou tratar-se de uma ação de bandidos quando houve a explosão.
“Trabalho há 20 anos nesse lugar. É a primeira vez que vamos fechar as portas, mas é por uma questão de segurança. E é melhor que seja assim”, disse a mulher, ao lado de aproximadamente 10 funcionários, que aguardavam para começar a trabalhar.
Uma das moradoras da vila que ficou destruída é Marlene Sangy Aires. A casa dela ficou destruída e ela relatou os momentos de desespero quando parte do teto caiu sobre a cama dos seus dois filhos.
“Foi desesperador! O teto caiu e meu filho de 21 anos conseguiu abraçar e proteger minha outra filha, de 17. Ficamos presos nos escombros e começamos a fazer sinais com a luz do celular e o resgate conseguiu nos achar e nos tirar lá de dentro. Meus filhos estão bem e minha família nasceu de novo”, revelou.
Um outro morador da vila, que ficou completamente destruída, é o encarregado de solda Eronildo Soares, de 47 anos. A casa dele desabou completamente, mas ele conseguiu sair com vida e ainda ajudou a salvar outras pessoas.
“A minha casa começou a tremer, escutamos um barulho e um clarão em seguida. Quando o teto começou a desabar eu corri e, ao sair, vi uma casa já com a parede caída. Quando passei, uma parede da casa do vizinho caiu em cima da cama da esposa dele com a filha. Começamos a remover a parede. Não sei como tiramos força para conseguir. Retiramos as duas dos escombros e o Corpo de Bombeiros chegou em seguida”, comentou.
“Ainda bem que a minha filha estava dormindo comigo e com meu marido. Se ela estivesse na caminha dela, poderia ter ficado ferida gravemente”, disse a comerciante Ana Keila Magalhães de Araújo, de 38 anos, mãe de Beatriz, de 9. A família era dona de um restaurante, o Ipueira, que foi totalmente destruído. Ela, que foi atendida e liberada no Hospital Souza Aguiar, está aguardando a saída da filha. A menina teve ferimentos leves na cabeça e, porque reclamava de muita dor, ficou em observação. O marido dela está na mesma situação.
Ana Keila disse que o dono da pizzaria Dell’Arco, que foi o foco da explosão, armazenava cilindros de gás nos fundos do restaurante. “Eu já o havia alertado sobre o risco, mas de nada adiantou. Os cilindros eram recarregados uma vez por mês. Não sei dizer quantos eram, mas a quantidade era grande”, disse. Ela, o marido e a filha ficaram cerca de três horas sob os escombros e foram retirados por bombeiros.
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