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Brasília – Confirmado nas urnas hoje o resultado das pesquisas de opinião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará reeleito, mas não acabam os problemas da campanha petista provocados pela tentativa frustrada de compra de dossiê contra tucanos. No Tribunal Superior Eleitoral, na CPI dos Sanguessugas e na investigação da Polícia Federal, permanecerão fontes de aborrecimento para articuladores e advogados do presidente e de desgaste para o governo.

Porém, para juristas, ministros, políticos e advogados, passada a disputa política é pouco provável que o ritmo das investigações e da batalha jurídica continue tão intenso. Os especialistas na Justiça Eleitoral são unânimes: o tom da briga nos tribunais vai depender da disposição do PSDB.

A investigação judicial no TSE sobre o caso do dossiê, segundo o ministro Cesar Rocha, relator do caso, prosseguirá independentemente do resultado da eleição e deve demorar pelo menos mais um mês. Rocha ainda pretende ouvir testemunhas no processo e esperar pela conclusão da investigação da PF sobre a origem do R$ 1,7 milhão que seria pago pelo dossiê. O próprio Lula já disse que deve ser punido se tiver culpa. "É a afirmação que se espera de um candidato à Presidência. Temos pela frente uma investigação ampla. O fato é relevante, a ação é importante", diz o ministro do TSE.

Na CPI dos Sanguessugas, o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann, aliado do tucano Geraldo Alckmin, promete uma "prorrogação" – segundo ele, usando o jargão futebolístico adotado por Lula – das investigações sobre o dossiê depois das eleições.

Para terça-feira estão marcados os três primeiros depoimentos à CPI de envolvidos no escândalo: os de Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti.

"Estes processos não terminarão com o apito do segundo turno. A CPI continuará investigando, porque a etapa mais aguardada, que é a do Executivo, começa agora. Este foco alcança o governo Lula, mas também ilumina o governo anterior", promete o deputado.

Se o inquérito da Polícia Federal de Mato Grosso ou as investigações da CPI concluírem que na operação de compra do dossiê foi cometido um crime eleitoral, como uso de caixa 2, pelos responsáveis pela campanha de Lula ou do senador Aloízio Mercadante ao governo de São Paulo, as investigações podem ir parar no Supremo Tribunal Federal. Isso aconteceria porque o presidente e o senador têm foro privilegiado.

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