• Carregando...

No início de 2004, a empresária Dirliane Siqueira Mattge Buba, 25 anos, ficou conhecida nacionalmente. Edílson Buba, então participante do Big Brother Brasil 4, chorou abraçado a um bichinho de pelúcia, com saudades da namorada, Dili. Desde então, Dili enfrentou o turbilhão que foi a vida de Buba até a morte do marido na segunda-feira (20), aos 34 anos.

Visitou Buba todos os dias na cadeia, quando ele foi preso acusado por tráfico de drogas, apoiou a decisão de posar nu para uma revista voltada para o público homossexual e tocou os negócios enquanto ele esteve doente, tratando-se de um câncer.

Em entrevista ao G1 na manhã desta quinta-feira (23), após uma noite de sono que só veio à base de sedativos, ela disse como foi a vida em casal, os problemas e alegrias por que passaram e revela: no ano que vem, terá um filho do ex-BBB.

G1 - Como vocês se conheceram?

Dili - Foi uns dois meses antes de ele entrar no BBB. Ele freqüentava a mesma academia que eu, mas no começo a gente não ia muito um com a cara do outro não. Mas um dia estava chovendo e a gente começou a conversar e foi aí o começo do namoro. Ele era casado e eu também, então nos separamos.

Você já sabia que ele tinha se inscrito no BBB?

Não sabia. Ele me contou quando foi selecionado para a fase preliminar. Ele disse que não podia mais esconder porque eu era a namorada dele. Não acreditei no princípio.

Qual era o objetivo dele no programa?

Ele se inscreveu antes de me conhecer. Ele já queria se separar de sua mulher, então se inscreveu com o objetivo de pegar toda a mulherada lá no BBB e, claro, ganhar os R$ 500 mil. Mas o plano acabou sendo ruim para ele, a gente começou a namorar e ele sentiu muitas saudades. Eu derramei um litro de perfume nos bichos de pelúcia, por isso ele vivia abraçado com o patinho.

Você ficava chateada quando o criticavam no programa?

Não, nem ele ficava. Depois de um tempo, ele queria sair e escolheu a Juliana para ir ao paredão com ele porque sabia que ela ia ganhar (Buba foi eliminado com 66% dos votos).

O que mudou na sua vida e na do Buba depois do programa?

No começo foi difícil com o assédio dos fãs, a gente queria curtir o tempo perdido juntos e muitas vezes eles não entendiam. E eu sou muito ciumenta. Mas depois eu comecei a entender, deixar ele tirar foto abraçado com as fãs.

Como vocês lidaram com o episódio da prisão por tráfico de drogas (Buba foi preso com 13 gramas de maconha e 18 comprimidos de ecstasy, mas depois foi absolvido das acusações)?

Naquele momento a gente tinha se perdido um pouco com a fama. A gente não consumia drogas antes, mas o ecstasy te dá uma tranqüilidade, dá vontade abraçar todo mundo, você fica carinhoso. A gente nunca comprou drogas, sempre foram os fãs que deram para a gente. Muita gente famosa ganha drogas dos fãs. Mas quando ele foi preso eu ia todo dia visitar, levava cartinha. A gente tem que estar sempre junto, na saúde, na doença, na riqueza e na pobreza.

E quando ele posou nu para uma revista voltada para o público homossexual?

Ele já tinha proposta desde que saiu da casa, mas ele ia se candidatar a vereador. Depois que foi preso e criou a ONG ("Vida limpa, vida livre") ele tinha que resolver várias questões burocráticas e usou o cachê para isso.

Vocês chegaram a discutir sobre isso?

Não, sempre foi tudo muito tranqüilo. Em três anos de casados nunca discutimos. A gente tinha um relacionamento muito bom.

Quando vocês descobriram a doença?

Ele fez uma operação simples e quando começou a tomar os remédios sentiu uma queimação muito forte no estômago. Eu marquei uma consulta para ele no gastro (médico gastroenterologista) e depois da endoscopia e de uma análise patológica foi detectado um câncer pequeno, de dois centímetros. Depois ele fez uma cirurgia que tirou todo o câncer. Isso foi quatro de setembro. Ele teve alta no dia 11, mas no dia 17 foi internado de novo e no dia 21 sofreu outra cirurgia, e ainda outra no dia 29. No total foram seis cirurgias, ele ficou muito debilitado.

Quando ele piorou?

No último sábado (18), depois de mais uma cirurgia, de quatro horas, a gente conversou normalmente. A pressão baixou e ele começou a dizer, "não me deixa morrer, não me deixar morrer", e eu falei que ele não ia morrer, que era para ele ficar tranqüilo. Depois ele se acalmou. Eu fiquei até às 22 horas, mas não podia dormir com ele porque ele estava na UTI. Foi a última vez que falei com ele.

Ele era religioso?

Ele era cristão. Foi batizado na igreja católica, mas também freqüentava cultos evangélicos.

Você vai continuar tocando os projetos dele?

Sim, enquanto ele estava internado o bar "seis e meia" (apelido de Buba) foi inaugurado. As cinzas dele estão lá por enquanto, para ele ver um pouquinho o bar.

Ele não chegou a ver o bar enquanto estava vivo?

Não, ele tocou o começo das obras, mas depois ficou doente. Eu fiz um cantinho para ele lá, com fotos e a prancha de surfe dele. No domingo a gente vai jogar as cinzas dele no mar, em Guaratuba, como ele pediu. E depois vamos fazer a missa de sétimo dia no Santuário de Nossa Senhora de Schoenstatt (Curitiba). Ele tinha uma tatuagem em homenagem a Nossa Senhora.

E a ONG?

Também vou tocar a ONG, e também vou terminar o livro que ele estava escrevendo, junto com a irmã dele. Ia se chamar "Entre o céu e o inferno", mas agora acho que vai se chamar "A vida de Edílson Buba". E ano que vem quero fazer o filho dele. Foi um pedido que ele fez. Ele já tinha feito a coleta de sêmen.

Qual vai ser o nome?

A gente já escolheu, mas ainda não vou contar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]