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Aulas começaram no dia 8 de fevereiro nas escolas estaduais | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Aulas começaram no dia 8 de fevereiro nas escolas estaduais| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Convocação

Concursados serão chamados

Três mil professores classificados no concurso público realizado em 2007 serão chamados em março deste ano. De acordo com a superintendente da Secretaria de Estado da Educação, Meroujy Cavet, processos burocráticos, como a apresentação de títulos e realização de exames médicos, impediram que a convocação de concursados fosse feita antes do início do ano letivo. Esse panorama levou à realização do Processo Seletivo Simplificado (PSS) neste ano para contratar 9,5 mil professores temporários. "Esperamos que em 2012 tenhamos um número muito reduzido de PSS", afirma.

Merendeiras em falta

Thiago Ramari, da Gazeta Maringá

Não são apenas professores que faltam em algumas instituições de ensino da rede estadual no Paraná. Desde o início desta semana, quando as aulas começaram, os alunos de alguns colégios estão sem merenda porque não há quem cozinhe. As merendeiras são, como muitos docentes, contratadas a partir do Processo Seletivo Simplificado (PSS), alvo de contestações neste ano.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP) apontou três colégios que sofrem com a falta de merendeiras – dois em Londrina e um em Foz do Iguaçu. Em todos os casos, os diretores aguardam a contratação de funcionários de serviços gerais pelos escritórios do Núcleo Regional de Educação.

Segundo a APP, no Colégio Estadual Dulciney Becker, em Londrina, um professor e uma pedagoga teriam ido para a cozinha anteontem. O diretor do colégio, Joaquim Braga, confirmou que a merendeira ainda não tinha sido contratada até ontem.

Em Foz do Iguaçu, o Colégio Paulo Freire também enfrenta o problema de falta de funcionários de serviços gerais. Segundo o vice-diretor, Valdeci Martins, quatro deles foram dispensados no fim de 2010 com o fim do contrato do PSS e ainda não foram substituídos. Além disso, a merendeira, que não estava entre os dispensados, está de licença médica por 15 dias.

A assessoria de imprensa da Se­­cre­­taria de Estado da Educação in­­formou que o atraso na contratação de funcionários de serviços ge­­rais ocorreu por causa dos transtornos em torno do PSS, que chegou a ser suspenso pela Justiça, atra­­sando a convocação dos profissionais.

Nos dois primeiros dias do ano letivo na rede estadual de ensino, 2.073 professores continuavam fora das salas de aula. Isso significa que cerca de 20% dos docentes temporários classificados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) ainda não tinham comparecido às escolas paranaenses. Os números fazem parte do balanço referente aos dois primeiros dias de aula apresentado ontem pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), que restringe as ausências a situações pontuais.De acordo com a Seed, as 2.136 escolas estaduais do Paraná estavam funcionando ontem "com 97% do quadro de professores completo". Ao todo, o quadro docente estadual é composto por 69.103 professores, sendo 59.603 efetivos e 9,5 mil temporários, contratados a partir do PSS. A secretaria explica que a ausência de professores estaria relacionada a classificados pelo PSS que desistiram de suas vagas, o que traz a necessidade de serem chamados novos selecionados.

O relatório indica também que 12 instituições ainda não começaram as aulas. Nove estão em reforma; uma está impedida pela Justiça de receber os alunos por problemas estruturais, em Cascavel; outra foi prejudicada pelas chuvas, em Paranaguá; e uma de Guaraqueçaba que procura soluções para o transporte dos professores, que precisam se deslocar de barco a uma ilha da região. "A situação está tranquila e há muito tempo não tínhamos tantos professores em sala de aula", avalia a superintendente de educação da Seed, Meroujy Cavet. Ela estima que hoje a solução do problema deva estar próxima a 100%.

Entretanto, para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sin­dicato), Marlei Fernandes Car­valho, os dados apresentados pela Seed não mostram com exatidão o problema. Com base em relatos de escolas e informações passadas por núcleos sindicais, a situação seria pior. Ela calcula que a defasagem de professores varie entre 75% e 80%. "Esperamos que, de fato, até o final da semana esse impasse esteja concluído. Ainda hoje estavam distribuindo aulas aos professores [do PSS]", afirma.

Jogo de cintura

Mesmo com a afirmação da Seed de que a situação estaria sob controle, algumas escolas ouvidas pela Gazeta do Povo ainda enfrentavam ontem problemas com a falta de professores temporários. Poucos profissionais se apresentaram desde o primeiro dia de aula, prejudicando o andamento das atividades. Uma escola da região central de Curitiba estava com dezvagas em aberto, já que nenhum profissional temporário tinha assumido as aulas. "Estou apavorado. Não posso sobrecarregar meus professores, eles estão colaborando [dando mais aulas], mas não ganham para isso", desabafa o diretor, que pediu para não ser identificado.

O problema também continua no Colégio Estadual Aníbal Khury Neto, na capital. Mesmo com a apresentação de 10 professores, a situação permanece complicada com a falta de 15 docentes. A alternativa encontrada foi a realização de palestras ministradas por diretores, coordenadores e pedagogos sobre orientação e apresentação do plano de trabalho.

Situação melhor

Nas escolas do interior do estado ouvidas pela reportagem, os diretores se mostraram mais confiantes. A ocupação das aulas pelos professores teve aumento significativo ontem. O diretor do Colégio Estadual Dr. Willie Davids, Paulo César Chaves, em Londrina, acredita que na segunda-feira o problema deixará de existir. "A distribuição de aulas está sendo muito rápida. Entregamos muitas aulas na segunda e terça-feira", conta. Nos últimos dois dias o índice de aulas em aberto passou de 40% para 10% na instituição. Ainda faltam quatro professores. "Com o panorama que temos, amanhã [hoje] apenas uma turma ficará sem apenas uma aula", prevê Chaves.

Panorama semelhante foi o apresentado pelo diretor do Colégio Tomaz Edson de Andrade Vieira, em Maringá. Do primeiro para o segundo dia de aula seis dos oito professores que faltavam se apresentaram. O diretor Regi­naldo Peixoto destaca, no entanto, que todas as aulas perdidas serão devidamente repostas aos sábados ou nos períodos de contraturno. "Os alunos não ficarão no prejuízo. Já estamos combinando isso com todos os professores que se apresentam", garante.

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