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Almirante Tamandaré - Mudança na comunidade

O professor aposentado José Roberto Sofiati, 61 anos, deixou de lecionar – mas continua ensinando. Ele foi morar na área rural de Almirante Tamandaré, região metropolitana, e percebeu que poderia tornar melhor o lugar que escolheu para viver.

Há dez anos, fez um almoço comunitário para as mães e crianças da comunidade. Não teve muito retorno, mas não desistiu. Hoje, atende mais de cem famílias no Centro Comunitário Santa Clara dando orientações sobre saúde e assistência social. Conseguiu fazer com que as pessoas ajudadas passassem a ajudar. "Quem está melhor, passou a ser voluntário. As mulheres ensinam artesanato às outras para que possam ter uma renda. Os estudantes ajudam quem está começando e incentivam a freqüentar a escola e as pessoas reconhecem este esforço", conta Sofiati.

"A mão direita não sabe o que a esquerda faz". Com essa frase inspirada na Bíblia, o professor aposentado H. L., 62 anos, justifica a opção de não se identificar. Mas ele é uma das pessoas a ser lembradas hoje, Dia do Voluntariado Paranaense. Há cerca de dois anos, o professor realiza trabalho voluntário na Escola Especial Tia Nilza, que atende 280 crianças e adolescentes com necessidades especiais.

A escola tem convênio com o governo do estado e com a prefeitura de Curitiba, mas para atender às necessidades dos alunos e manter a estrutura depende de doações e da boa vontade das pessoas em ajudar. H. L. descobriu na solidariedade uma maneira de fazer algo importante e útil depois da aposentadoria. Ele é um dos responsáveis pela captação de doações e se orgulha em dizer que já conquistou mais de cem doadores. Em uma viagem internacional, o professor fez contatos com pessoas que fazem trabalho voluntário na Europa e conseguiu que elas se comprometessem a vir para Curitiba fazer uma palestra sobre captação de recursos solidários. A reunião está marcada e a expectativa é grande. "Ainda existe muita gente boa no mundo", acredita o voluntário.

Os alunos da Tia Nilza contam com a bondade de vários voluntários. Cristiane Arruda, de 47 anos, freqüenta a escola há dois anos ajudando as professoras nas atividades e na hora do lanche. Antes disso, ela foi voluntária por 22 anos em outra entidade. "É muito gostoso trabalhar com as crianças. Tem de haver muita dedicação e carinho, mas é muito bom repartir bondade", diz ela. Ao seu lado, a contabilista Gema Zanelatto, 56 anos, tenta ultrapassar todos os dias a barreira do descaso para conseguir recursos e garantir a construção do berçário para atender os bebês que precisam de cuidados especiais. "O que faz a gente trabalhar, ir atrás, são as crianças. Vê-las alimentadas, estudando em uma escola com infra-estrutura, dá uma satisfação enorme", explica a voluntária.

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