A Câmara dos Deputados adiou mais uma vez a votação do Plano Nacional da Educação (PNE), que define metas e estratégias para o setor na próxima década. A comissão especial que analisa a matéria se reuniu ontem, mas a votação não foi concluída.
Um dos principais impasses se refere à definição de um porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) para investimentos em educação. O texto encaminhado pelo governo previa a reserva de 7% para o setor.
O relator da matéria, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), aumentou para 7,5%, mas organizações da sociedade civil pressionam por uma definição de 10% do PIB para educação. A estimativa é de que o governo reserve atualmente cerca de 5% do PIB para a área. "Todo o resto você chega a um acordo. A grande questão é o financiamento", disse o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), favorável à reserva de 10% do PIB. "[Sem esse porcentual] vamos continuar enxugando gelo", completou.
Desgaste
O tema é alvo de controvérsia até mesmo entre deputados governistas. "A base do PT está com um problema", reconheceu um congressista aliado. O PT teme sofrer desgaste com os movimentos sociais diante da posição da equipe econômica do governo em não liberar mais verbas para o setor.
Com o plenário da comissão lotado com integrantes do setor exibindo faixas por mais investimentos em educação, deputados tentaram evitar o desgaste político e adiaram mais uma vez a discussão do tema. O relator do texto disse que ainda correm "conversas sobre a questão financeira".
Deputados da oposição criticaram o adiamento da votação. "Eles vão ter que se expor perante as pessoas. Todo mundo viu que era enrolação para não votar", disse a deputada Dorinha (DEM-TO).
O assunto deve ser retomado hoje, em uma nova reunião do grupo.
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