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Curitiba – Na reforma ministerial de Lula, o PDT vai receber o Ministério da Previdência. E quem deve assumir o cargo é o presidente do partido, Carlos Lupi. Mas o ingresso do PDT na coalizão não é unanimidade no partido. O senador Osmar Dias (PDT-PR) considera que o partido não tem direito a reivindicar um ministério, já que não apoiou Lula na eleição. O senador afirma ainda que o partido dele seria mais útil ao país na oposição do que na situação. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Osmar ainda fala que nunca chegou a ser convidado para o Ministério da Agricultura, que agora deve ser ocupado por outro paranaense, o deputado Odílio Balbinotti (PMDB).

Gazeta do Povo – O senhor chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Agricultura. Alguém do governo conversou com o senhor sobre sua nomeação?Osmar Dias – Estive com o presidente da República em novembro e em fevereiro. Nas duas oportunidades ele conversou muito comigo sobre agricultura, pediu minhas opiniões, disse que gostaria de contar com a minha ajuda, mas não fez nenhum convite. Não falou sobre ministério. Também nenhum membro do governo falou comigo a este respeito.

Segundo informações divulgadas pela imprensa, o presidente Lula vai convidar o presidente do PDT, Carlos Lupi, para assumir a Previdência. O PDT ficaria na reforma ministerial com uma pasta. Qual sua opinião a respeito dessa possível nomeação?Eu fui contra isso. Acho que o PDT não tem direito a participar do governo porque nós não apoiamos o Lula. No segundo turno, quando foi feita a reunião do diretório nacional, o que foi decidido é que os estados ficariam livres para escolher o candidato a apoiar. No Paraná, nós apoiamos o (Geraldo) Alckmin. O Lula apoiou o (Roberto) Requião. Estivemos em lados opostos. Fui contra a adesão do PDT, pois acho que o PDT seria mais importante para o país fazendo oposição. Já tem muita gente no governo. Precisa ficar alguém na oposição para apontar os erros. Eu me submeti à decisão do partido, mas disse que vou continuar fazendo uma atuação independente. E continuo achando um equívoco o partido ficar brigando por um ministério.

Mas existe uma divisão no PDT? A bancada na Câmara estaria mais próxima do governo, enquanto a do Senado seria mais independente?Acho que não é assim não. A bancada da Câmara assinou a CPI do Apagão (Aéreo) e, inclusive, recebeu uma reprimenda do presidente da República, que ameaçou deixar o PDT fora da reforma ministerial. Acho que o comportamento do dia-a-dia é que vai indicar o que o PDT vai ser. Nos quatro anos que passaram, nós atuamos na oposição. Não se muda assim a cabeça das pessoas de uma hora para outra. Acho difícil o governo contar sempre com o PDT tanto na Câmara como no Senado. Pontualmente, nós podemos votar com o governo. Mas em algumas matérias que vão contra nossa convicção, aquilo que nós pensamos, votamos contra.

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