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Policiais civis vasculham cova rasa em que zelador escondeu restos mortais | Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo
Policiais civis vasculham cova rasa em que zelador escondeu restos mortais| Foto: Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo

Campo Mourão - Raimundo Gregório da Silva, de 52 anos, foi preso na noite da última sexta-feira, em Sarandi, quando chegava à residência de um de seus filhos para pegar uma marmita. Ele é acusado de matar e jogar os ossos de uma adolescente e de uma mulher em uma fossa da Escola Estadual Vinicius de Moraes, em Campo Mourão.

O zelador estava escondido em um matagal desde o início da manhã da sexta-feira quando policiais civis foram até a sua residência, nos fundos da escola, e encontraram roupas, celular e objetos da adolescente Dimitria Laura Vieira, de 17 anos, que estava desaparecida há dois anos. A família começou a suspeitar do zelador após receber mensagens do celular da adolescente, as mesmas que foram encontradas no celular do zelador.

Ao ser preso, Silva teria contado com frieza os detalhes de como matou a adolescente e a estudante Iara Pacheco de Oliveira, de 21 anos, alunas da escola onde o zelador morava. As duas estavam desaparecidas respectivamente há dois anos e há sete meses.

Segundo o depoimento do zelador, a adolescente antes de ser morta teria conhecido através da internet um rapaz no interior de São Pau­­­lo e pretendia ir morar com ele. Como não tinha dinheiro para viajar, ela teria pedido ao zelador para levá-la até São Paulo. Silva estaria apaixonado por ela. "Ele ficou com ciúmes, combinou de levá-la, mas pediu a ela para passar a noite na casa dele e seguir viagem na manhã seguinte", contou o superintendente da Polícia Civil, Claudinei Pe­­­­­­­reira. "Durante a noite, ele serviu refrigerante com tran­­­quilizantes à adolescente e, ao perceber que ela estava dormindo, deu uma marretada na sua cabeça." Na manhã seguinte, o zelador teria enrolado o corpo em um lençol e enterrado na horta da escola. "Após um ano, ao tomar conhecimento de que o colégio passaria por reformas, o zelador desenterrou o cadáver, fez uma fogueira, queimou os ossos, jogou as cinzas na horta e o restante foi jogado na fossa através de um cano de PVC", disse o superintendente.

No caso da estudante Iara Pacheco de Oliveira, de 21 anos, desaparecida há sete meses, o zelador contou que, antes de ser morta, ela teria pedido dinheiro para comprar crack. "Ele exigiu manter relações sexuais em troca de dinheiro. Após o ato, ele jogou uma moeda no chão e quando ela abaixou para pegar recebeu uma marretada na cabeça. No dia seguinte o corpo foi enterrado na mesma horta onde ele havia enterrado o corpo da adolescente", relatou Pereira. Ainda segundo o superintendente, após 45 dias, o zelador desenterrou o cadáver, fez uma fogueira, queimou os ossos, jogou as cinzas na horta usada pela cozinha da escola e o restante da ossada jogou na fossa. Os ossos foram encaminhados ao IML para serem examinados. A polícia aguarda os resultados de DNA das ossadas para confirmar se são da adolescente e da estudante.

Revoltada, a mãe de Iara, Maris­tela Pacheco, pediu rigor na sentença. "Espero que ele nunca mais saia da cadeia, a atitude dele é de monstro. Ele sempre ia lá em casa buscar minha filha para sair, mas nunca imaginei que ele faria o que fez."

Por causa das investigações no pátio da casa do zelador, as aulas na escola, que deveriam iniciar hoje, foram suspensas. Na manhã de sábado, o diretor da escola, Cláudio Pereira, foi preso por porte ilegal de arma. Na residência dele, os policiais encontraram uma espingarda. "Ele pagou fiança e foi liberado, mas vamos solicitar ao Núcleo Estadual de Educação o seu afastamento até a conclusão das investigações. A conduta dele é estranha", disse Pereira.

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