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Mãe de adolescente morta quer rigor nas investigações | Dirceu Portugal - Gazeta do Povo
Mãe de adolescente morta quer rigor nas investigações| Foto: Dirceu Portugal - Gazeta do Povo

Raimundo Gregório da Silva, de 52 anos, foi preso na noite da última sexta-feira (13), em Sarandi quando chegava na residência de um dos filhos para pegar uma marmita. Ele é acusado de matar e jogar os ossos de uma adolescente e de uma mulher em uma fossa da escola estadual Vinicius de Moraes, no bairro Cohapar, em Campo Mourão. Silva foi transferido para a delegacia de Campo Mourão e está preso em uma cela separada junto com outros quatro detentos acusados de estupros.

O zelador estava escondido em um matagal desde o início da manhã da sexta-feira (13), quando policiais civis foram até a sua residência, nos fundos da escola, e encontraram roupas, celular e objetos da adolescente Dimitria Laura Vieira, de 17 anos, que estava desaparecida há dois anos. A família começou a suspeitar do zelador após receber mensagens do celular da adolescente, as mesmas que foram encontradas no celular do zelador.

Ao ser preso, Silva teria contado com frieza os detalhes de como matou a adolescente Dimitria Laura Vieira e a estudante Iara Pacheco de Oliveira, de 21 anos, alunas da escola onde zelador morava. As duas estavam desaparecidas respectivamente há dois anos e há sete meses.

Segundo o depoimento do zelador, a adolescente antes de ser morta teria conhecido através da internet um rapaz no interior de São Paulo e pretendia ir morar com ele. Como não tinha dinheiro para viajar, ela teria pedido ao zelador para levá-la até São Paulo. "Ele ficou com ciúmes, combinou de levá-la, mas pediu a ela para passar a noite na casa dele e seguir viagem na manhã seguinte", contou o superintendente da Polícia Civil, Claudinei Pereira.

"Durante a noite, ele serviu coca-cola com tranquilizantes à adolescente e ao perceber que ela estava dormindo, deu uma marretada na sua cabeça". Na manhã seguinte, o zelador teria enrolado o corpo em um lençol e enterrado na horta da escola. "Após um ano ao tomar conhecimento de que a escola passaria por reformas, o zelador desenterrou o cadáver, fez uma fogueira queimou os ossos, jogou as cinzas na horta - utilizada pela cozinha da escola - e os ossos foram jogados na fossa através de um cano de pvc. Como o crânio não passava, ele quebrou com marretadas e jogou os pedaços na mesma fossa", contou o superintendente.

No caso da estudante Iara Pacheco de Oliveira, de 21 anos, desaparecida há sete meses, o zelador contou que antes de ser morta, ela teria pedido dinheiro para comprar crack. "Ele exigiu manter relações sexuais em troca de dinheiro. Após o ato, ele jogou uma moeda no chão e quando ela abaixou para pegar recebeu uma marretada na cabeça. O corpo foi colocado no banheiro e no dia seguinte enterrado na mesma horta onde ele havia enterrado o corpo da adolescente", relatou Pereira.

Segundo ele, após 45 dias, o zelador desenterrou o cadáver, fez uma fogueira, queimou os ossos, jogou as cinzas na horta usada pela cozinha da escola e restante da ossada jogou na fossa. "Neste caso o crânio também foi quebrado a marretadas para que pudesse passar pelo cano de pvc da fossa".

Os ossos foram encaminhados ao IML para serem examinados. A polícia aguarda os resultados de DNA das ossadas para confirmar se são da adolescente e da estudante. Revoltada, a mãe da estudante Iara, Maristela Pacheco, de 52 anos, pediu rigor na sentença do zelador. "Espero que ele nunca mais saia da cadeia, a atitude dele é de monstro. Ele sempre ia lá em casa buscar minha filha para sair, mas nunca imaginei que ele faria o que fez". Segundo ela, um dia após o desaparecimento, o zelador foi até casa da família e deixou uma peça de roupas. "Ele comentou que ela viajou e que esqueceu a roupa na casa dele. Era tudo mentira". O zelador teve o mandado de prisão temporária decretado e a polícia já pediu sua prisão preventiva. Se condenado pelos dois crimes pode pegar até 60 anos de reclusão. "Ele será julgado por homicídios triplamente qualificado e ocultação de cadáveres. Acreditamos que tem mais pessoas envolvidas nestes dois crimes", afirmou Pereira. Por conta das investigações no pátio da casa do zelador, as aulas na escola estadual Vinicius de Moraes que deveriam iniciar na próxima segunda-feira (16) foram suspensas. Na manhã do último sábado (14), o diretor da escola, Cláudio Pereira foi preso por porte ilegal de arma. Na residência dele, os policiais encontraram uma espingarda. "Ele pagou fiança e foi liberado, mas vamos solicitar ao Núcleo Estadual de Educação, o seu afastamento até a conclusão das investigações. A conduta dele é estranha", disse Pereira. Assustados com o caso, pais de alunos prometeram não mandar mais os filhos para a escola na volta as aulas após as férias. "Não vou conseguir ficar tranqüilo depois de tudo o que aconteceu no interior dessa escola", comentou o mecânico, Joel Aparecido Neves.

Para a dona de casa, Maria dos Anjos de Carvalho, a escola era como a segunda casa dos seus dois filhos. "Depois disso, vou transferi-los de escola. Como ninguém percebeu o comportamento estranho deste caseiro, ao ponto dele matar duas pessoas e ninguém ver nada", indagou Maria.

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