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Os paranaenses só vão conhecer no próximo governo a estratégia do estado para se desenvolver de maneira sustentável. O decreto que aponta o Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCG) como autarquia responsável pela elaboração do Zoneamento Ecoló­gico Econômico (ZEE) do Paraná já foi assinado. Mas, de acordo com a diretora de Geociências do instituto, Cláudia Schafhauser, não haverá tempo hábil para concluir o zoneamento até dezembro.

Segundo ela, o estudo vai co­­meçar pelo litoral do estado, onde o macro - zoneamento costeiro já foi realizado. "Agora vamos detalhar as áreas. Será um plano piloto que vai orientar as demais ações de zoneamento no restante do estado", explica.

O diretor-executivo da So­­cie­dade de Pesquisa em Vida Selva­gem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, considera que, sob esse aspecto, o trabalho começa mal, já que há outras regiões que deveriam ser priorizadas. "Temos áreas mais críticas no estado, que foram desmatadas pela expansão da agricultura e que necessitam de reflorestamento", defende. Já com relação ao fato do ZEE ficar para o próximo governo, Borges diz que há um aspecto positivo e outro negativo. Ele considera que, como não terá de seguir a metodologia proposta, o governo atual terá mais liberdade para elaborar um projeto mais equilibrado, livre de pressões de setores que queiram defender seus interesses. Por outro lado, o biólogo ressalta o risco de o próximo governante não cumprir o que está sendo definido agora.

Para o secretário estadual de Meio Ambiente, José Antônio Cal­lado Afonso, será difícil administrar o estado sem o ZEE. "O zoneamento é uma ferramenta de apoio para definir as ações e atividades econômicas e irá estabelecer medidas e padrões de proteção ambiental, integrando e priorizando políticas públicas coerentes com os princípios de sustentabilidade socioeconômica e ambiental", diz.

Processo

De acordo com Cláudia, o plano cartográfico, que define o tipo e a forma de se obter as informações, já está pronto. O próximo passo é a nomeação dos técnicos (das secretarias de Planejamento, Agricultura e Abastecimento, Indústria, do Comércio e Assuntos do Merco­sul, Desenvolvimento Urbano, Instituto Ambiental do Paraná, Instituto das Águas do Paraná, Ipardes, Emater, Iapar e Mine­ropar) que irão compor a comissão coordenadora. O ITCG trabalhará em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente.

O processo deverá abranger atividades de capacitação e treinamento em geoprocessamento, a disponibilização das bases de dados cartográficos e estatísticos, possibilitando a todos o acesso a um conjunto de orientações e informações atualizadas sobre o estado, subsidiando os gestores locais para o monitoramento do uso e da ocupação das diferentes regiões. "Vamos trabalhar baseados no plano nacional e tudo deve ser padronizado, buscando a integração de informações", explica a diretora de Geociências.

Clóvis Borges ressalta que o importante é ga­­rantir que a comissão tenha caráter técnico e científico e conte com a participação social. "É preciso incorporar os setores interessados também, para que o controle econômico não prevaleça em detrimento do interesse público ou vice-versa e para que o resultado não acabe leviano demais ou idealista demais", avalia.

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