O diretor-presidente da Anac, Mílton Zuanazzi, confirmou ontem que deixa o cargo. Desde o dia 24 de agosto, os outros quatro diretores que integravam a diretoria da Anac renunciaram aos cargos. Da cúpula da agência, restava só Zuanazzi.
Ao anunciar sua saída, ele criticou o ministro da Defesa, Nelson Jobim. "Estou saindo porque não quero trabalhar com ele (Jobim), afirmou. O ministro já havia declarado abertamente que esperava a renúncia de Zuanazzi.
O diretor disse que não deixou o cargo antes porque queria prestar contas à sociedade. Ele também fez um balanço de sua gestão, que durou um ano e sete meses, e afirmou que a crise aérea que atingiu o país já acabou.
Jobim reagiu com ironia aos ataques feitos por Zuanazzi. O ministro tratou o ex-diretor como "página virada" e evitou polêmicas. "O senhor Mílton Zuanazzi disse que não gostaria de trabalhar comigo. E efetivamente não vai", disse Jobim na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O ministro afirmou que ele e Zuanazzi não concordam sobre as prioridades do setor, "tendo em vista que o trinômio que eu (Jobim) afirmo é segurança, regularidade e pontualidade." "Se o trinômio não serve, não serve o trabalho, então viremos a página e sigamos em frente."
Com a saída da Anac, Zuanazzi cumprirá a quarentena obrigatória para autoridades que ocupam cargos de confiança no poder público. Durante quatro meses, não poderá ser contratado ou prestar serviços para a iniciativa privada e continuará a receber o salário de quase R$ 11 mil mensais.
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