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Morto ou vivo? Há cinco anos essa turma dá nova vida à festa momesca | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Morto ou vivo? Há cinco anos essa turma dá nova vida à festa momesca| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Nada de plumas e paetês na avenida. Um dos desfiles mais prestigiados do carnaval de Curitiba teve muita maquiagem preta, gaze e sangue de groselha. A quinta edição da Zombie Walk reuniu 400 zumbis ontem à tarde no calçadão da Rua XV, assombrando quem cruzasse o caminho. Os participantes se concentraram na Boca Maldita e foram grunhindo até as Ruínas São Francisco, no Largo da Ordem, onde bandas de rock estavam a postos para animar não só os mortos-vivos, mas também os curiosos.

Apesar de não haver confirmação de público, já que não é preciso nenhum tipo de inscrição para participar, a organização do evento contou mais de 400 pessoas no desfile, o segundo integrado à programação do Psycho Carnival, festival de rock realizado há 11 anos em Curitiba durante o carnaval.

A criatividade na hora de elaborar as fantasias foi o ponto alto da Zombie Walk. Colegiais encharcadas de "sangue" feito de xarope e catchup, noivas, enfermeiras, uma singela dona de casa, um açougueiro e um pedreiro recém-saído do caixão faziam parte da turba. A estudante Shin, 22 anos, desfilou enrolada em uma toalha. "Fui morta durante o ba­­nho e agora voltei para me vingar", disse. Ela caprichou tanto no visual que muitos a estavam elegendo como a zumbi mais original.

Na edição passada, a produção de Shin fez tanto sucesso que seu rosto estampou os cartazes de divulgação deste ano. "Eu me divirto muito criando esses personagens. O Zombie Walk foge da mesmice, é um programa diferente para se fazer no carnaval", conta.

Medo?

Por mais que a zumbizada quisesse espalhar o terror pelas ruas, não conseguiu mais do que risos e flashes. A reação de quem observava a multidão era positiva, à exceção da vendedora de sorvetes que fez o sinal da cruz e saiu rapidinho assim que o grupo se pôs a caminhar. Apesar de predominarem jovens e adolescentes, crianças e cinquentões também entraram na brincadeira.

Ísis, 5 anos, foi acompanhada dos pais, o médico veterinário Luiz Fernando Sabadine, 37 anos, e a professora de dança Elisabeth Cardoso, 40 anos. "Como não so­­­mos muito fãs do carnaval tradicional, decidimos participar da caminhada. Adoro o gênero rockabilly, a Ísis adora filme de terror e o pessoal que participa é muito tranquilo. Acho esse tipo de evento mais seguro e saudável do que os desfiles de escola de samba. Aqui não tem baixaria", diz Luiz Fernando.

A professora Sueli Sbalqueiro, 56 anos, ficou sabendo da Zombie Walk pelo rádio e foi com os dois filhos, Francis e Fábio, 24 e 22 anos. Ela caprichou na fantasia. "Achei a ideia divertida e muito original", conta.

Origem

A Zombie Walk é organizada por fãs de filmes de terror em diversas cidades do mundo, entre elas São Paulo, Lisboa, São Francisco, Sydney, Montreal, Belo Horizonte e Curitiba. Uma das primeiras edições ocorreu em outubro de 2003, em Toronto, no Canadá. Apenas seis pessoas participaram. Em agosto de 2005 a primeira edição em grande escala ocorreu em Vancouver, também no Canadá, e teve a participação de 400 "mortos-vivos". Acredita-se que a primeira Zombie Walk brasileira tenha ocorrido em Belém, em outubro de 2006.

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