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Executivo da Galvão Engenharia teria sido extorquido

O diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, afirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF) que teria sido vítima de extorsão por parte dos diretores da Petrobras. De acordo com o advogado do executivo, José Luis de Oliveira Lima – que também é advogado do ex-ministro José Dirceu – a empreiteira fez contratos dentro da legalidade e o pagamento de propina teria sido feito posteriormente, por pressão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras e do doleiro Alberto Youssef.

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Funcionários da Iesa negam propina e não recebem oferta de delação premiada

Os dois funcionários da empresa Iesa Óleo e Gás, que estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, já foram ouvidos e, segundo Edson Luiz Silvestrin Filho - o advogado da dupla - os dois não receberam oferta de delação premiada.

Os dois negaram no depoimento que tenha havido oferecimento de propina para que a empresa ficasse com contratos da Petrobras. A Lava Jato investiga a possível formação de um cartel para fraudar licitações da estatal.

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Das 23 pessoas presas na última sexta-feira (14) durante a sétima fase da Operação Lava Jato, 15 devem deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba nesta terça-feira (18). Elas estavam em regime de prisão preventiva, que permite que a pessoa seja mantida por cinco dias na carceragem.

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Justiça em Curitiba, deve decidir hoje sobre a soltura desses 15 suspeitos, embora exista ainda a possibilidade de pedido de prorrogação da prisão por mais cinco dias.

Entre os presos que podem sair nesta terça da carceragem da PF está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, acusado de ser operador do Partido dos Trabalhadores (PT) no esquema de corrupção que destinava recursos públicos para o financiamento de campanhas políticas.

Outros dois suspeitos de participação no esquema devem deixar a prisão na quarta-feira (16) e outros seis devem permanecer na prisão.

Há dois acusados que seguem foragidos. O lobista Fernando Soares - o Fernando Baiano - está foragido desde sexta-feira e é esperado para prestar depoimento nesta terça, em Curitiba. Os advogados do acusado ainda não decidiram se ele comparecerá.

Depoimentos

Pelo menos 15 dos 23 executivos presos na sétima fase da Operação Lava Jato foram ouvidos pelos delegados da superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde sábado (15), quando os 17 pedidos de prisão preventiva e seis de prisão provisória foram emitidos.

Na segunda-feira (17), ao menos dez depoimentos foram tomados pelos quatro delegados incumbidos de ouvir os executivos, em relatos que variaram de uma hora e vinte minutos a quatro horas e meia.

Ainda na manhã desta terça-feira (18), conforme relato do advogado Carlos Alberto Toron – que defende os funcionários da UTC –, foram ouvidos Walmir Pinheiro Santana, diretor-financeiro da empresa, e Ednaldo Alves da Silva, que fazia o transporte de recursos para a UTC. De acordo com o advogado, os acusados responderam a todos os questionamentos, que eram principalmente sobre o arranjo entre as empresas para ganhar licitações e o pagamento de propina a agentes públicos. O depoimento mais esperado do dia é de Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da empresa, que deve acontecer durante a tarde.

Também devem ser ouvidos nesta terça: Sergio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da divisão internacional de petróleo e gás da OAS – ambos com prisão preventiva de 30 dias –, e o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, ligado a empresas do doleiro Alberto Youssef.

O diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, e o presidente do conselho administrativo da empresa, João Ricardo Auler, também devem ser ouvidos ainda nesta terça-feira. Porém, a Polícia Federal não confirma quantos depoimentos formam tomados até o momento.

Condições são "razoáveis"

Ainda de acordo com o advogado da empresa UTC, as condições da carceragem não são das melhores. "Comparado com o presídio de Pedrinhas [no Maranhão] é razoável. Mas ainda tem muita gente dormindo em colchonetes no chão", disse. Toron afirmou que os presos não podem fumar e remédios só entram na carceragem com receita médica. O doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema, se mantém afastado dos outros presos.

Não falaram

A princípio, optaram por não falar somente cinco executivos da empreiteira OAS: José Ricardo Nogueira Breghirolli, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, Alexandre Portela Barbosa e José Aldemário Pinheiro Filho.

Valdir Lima Carreiro e Otto Garrido Sparenberg, da Iesa, falaram por cerca de uma hora e meia cada um.

Veja a lista completa dos detidos que devem ser liberados:

Saem nesta terça-feira (18)

Renato Duque – ex-diretor de serviços da Petrobras

Carlos Eduardo Strauch Alberto – diretor técnico da Engevix Newton Prado Júnior – diretor técnico da Engevix

Valdir Lima Carreiro – diretor-presidente da Iesa

Otto Garrido Sparenberg – diretor de operações da Iesa

Othon Zanoide de Moraes Filho – diretor da Vital Engenharia, do grupo Queiroz Galvão

Ildefonso Colares Filho – diretor da Queiroz Galvão até 2012

Ricardo Ribeiro Pessoa – presidente da UTC

Walmir Pinheiro Santana – diretor financeiro da UTC

Ednaldo Alves da Silva – fazia transporte de recursos para a UTC

José Aldemário Pinheiro Filho – presidente da OAS

Mateus Coutinho de Sá Oliveira – vice-presidente da OAS

Alexandre Portela Barbosa – advogado da OAS

Jayme Alves de Oliveira Filho – ligado a empresas do doleiro Alberto Youssef

Carlos Alberto Costa e Silva – advogado de empreiteiras

Saem na Quarta-feira (19)

Dalton dos Santos Avancini – diretor-presidente da Camargo Corrêa

João Ricardo Auler – presidente do conselhos administrativo da Camargo Corrêa

Permanecem em prisão preventiva

Eduardo Hermelino Leite – vice-presidente da Camargo Corrêa (30 dias, renováveis por mais 30)

Gerson de Mello Almada – vice-presidente da Engevix (30 dias, renováveis por mais 30)

Sérgio Cunha Mendes – vice-presidente executivo da Mendes Júnior (30 dias, renováveis por mais 30)

Erton Medeiros Fonseca – diretor-presidente de engenharia da Galvão Engenharia (30 dias, renováveis por mais 30)

Agenor Franklin Magalhães Medeiros – diretor presidente da divisão internacional de petróleo e gás da OAS (30 dias, renováveis por mais 30)

José Ricardo Nogueira Breghirolli – funcionário da OAS (30 dias, renováveis por mais 30)

Continuam foragidos

Adarico Negromonte Filho – irmão do ex-ministro do Turismo Mário Negromonte, acusado de ser um dos operadores do esquema

Fernando Soares (Fernando Baiano) – lobista suspeito de ser o operador do PMDB dentro da Petrobras

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