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Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que 1.751 cidades brasileiras não dispunham de recursos em caixa para liquidar suas dívidas em 2007. Dos 399 municípios paranaenses, 84 deviam mais dinheiro do que tinham disponível nos cofres públicos.

Apesar dos números serem altos, o estudo indica uma melhora na situação financeira das prefeituras brasileiras. Em 2002, cerca de 50% (aproximadamente 2,6 mil) dos municípios apresentavam problemas de endividamento. Naquele ano, 199 municípios do Paraná fecharam as contas com saldo negativo.

O levantamento da confederação mostra ainda que a situação financeira das capitais também melhorou. Em cinco anos – de 2002 a 2007 – o número de cidades com problemas financeiros caiu de 14 para 8. Curitiba, que em 2002 devia R$ 43,04 milhões além da da sua receita líquida, fechou 2007 com R$ 105,2 milhões livres em caixa.

Das capitais com dificuldade para honrar suas dívidas, a com maior déficit de caixa é Belo Horizonte. O município mineiro fechou 2007 com um saldo negativo de R$ 529,9 milhões, cerca de R$ 98,3 milhões a mais que em 2002. Salvador segue Belo Horizonte na lista das capitais mais endividadas. Em 2007, a cidade tinha um saldo negativo de R$ 442,2 milhões.

A redução do endividamento dos municípios veio junto com a arrecadação maior das cidades. Um estudos da organização não-governamental Transparência Municipal mostra que os municípios brasileiros viveram, em 2007, recordes de arrecadação. No ano de melhor desempenho econômico do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anterior às eleições municipais de 2008, as prefeituras tiveram para gastar R$ 217 bilhões, R$ 30 bilhões a mais que em 2006. Foi um crescimento de 11,73%, considerando-se a inflação pelo IPCA, ou de 8,3%, se usada a correção do IGP-DI. Em 2006, os municípios receberam R$ 186,8 bilhões.

Outro estudo feito pela mesma instituição, no entanto, mostra que também há uma concentração de arrecadação na Região Sudeste e em duas cidades, São Paulo e Rio de Janeiro. A desigualdade ficou patente na divisão dos recursos per capita: cada R$ 1 de dinheiro público municipal captado pelos cofres públicos no Nordeste no ano passado correspondeu a R$ 1,47 no Sudeste. "O problema é a pobreza, a má distribuição de renda", diz o economista e geógrafo François Bremaeker, consultor da ONG, gestor do Observatório de Informações Municipais e autor das pesquisas.

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