A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor) lamentaram nessa quinta-feira (22) a postura do secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, com a imprensa. As duas entidades representativas repudiaram a prisão do repórter do canal de televisão CNT Iverson Vaz por policiais militares na última terça-feira (20) e lamentaram os ataques do secretário ao colunista da Gazeta do Povo Celso Nascimento no Facebook.

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A coluna de Nascimento no último domingo (18) criticava justamente a ‘cultura da violência’ nas policias do Paraná, estimulada pelo secretário. Em resposta, Francischini usou a rede social para atacar o colunista. Para isso, acusou-o da tentativa de ‘dar uma carteirada’ ao ser flagrado por policiais militares na contramão de uma rua do Prado velho, em Curitiba. Nascimento nega a tentativa de intimidação e, em um relato publicado nessa quinta, afirma que os policiais agiram com violência e o constrangeram em razão de uma infração de trânsito.

No caso de Iverson, o repórter foi preso acusado de desacato enquanto fazia a cobertura ao vivo para o Programa 190 sobre o assalto a caixas eletrônicos na capital paranaense. Após ser detido, Iverson foi encaminhado ao 6º Distrito Policial, no bairro Cajuru.

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"A Abraji repudia a ação da PM no caso de Iverson Vaz e se solidariza com o repórter detido. Embora estivesse fora da área reservada para a imprensa, o repórter atendeu ao pedido dos agentes e as imagens da TV mostram que não houve desacato. A Abraji também lamenta a forma como o próprio Secretário de Segurança Pública atacou o colunista Celso Nascimento. Ao acusá-lo publicamente e tentar minar-lhe a credibilidade, o comandante da tropa transmite uma mensagem perigosa à corporação – tal e qual anunciado na coluna de Celso Nascimento", diz nota da Abraji publicada no site da entidade.

O Sindijor, também em nota publicada na internet, exigiu "que o comando da Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública investiguem a atuação dos PMs, para verificar se houve abuso de autoridade." Em relação ao caso de Celso Nascimento, o presidente do Sindijor, Guilherme Carvalho , criticou a política de segurança de Francischini e lembrou ainda de uma recente aparição do secretário em um programa de televisão portando arma de fogo. "O secretário é reflexo da política de segurança do governo Richa, que estimula a repressão em detrimento à prevenção", acredita.

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